Modelagem global do nicho ecológico de Hypolepis rugosula (Dennstaedticaceae): passado, presente e futuro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Oliveira, Marcelo Henrique de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/21106
Resumo: A biogeografia é a ciência que estuda a distribuição dos seres vivos no espaço e no tempo. No caso das pteridófitas, a distribuição das espécies está relacionada as transformações geoclimáticas ocorridas no planeta e a eventos de vicariância e dispersão a longa distância. Comparado aos outros grupos, as pteridófitas são mais relacionadas a fatores abióticos como temperatura e precipitação, nesse caso grandes mudanças climáticas como o último período glacial do Pleistoceno (≈2.5 milhões a 11 mil anos), e o aquecimento global tiveram e terão um grande impacto sobre a biogeográfica desse grupo. A biogeografia das pteridófitas, entretanto necessita de mais dados em escala global e a nível especifico. Hypolepis rugosula é uma espécie subcosmopolita, com populações isoladas umas das outras, que parece ter sua distribuição limitada pela temperatura. Suas características ecológicas a tornam uma ferramenta perfeita para utilização de modelos de distribuição geográfica, para avaliar os impactos de mudanças climáticas em espécies ou ecossistemas. Esse trabalho poderá contribuir tanto para a compreensão do efeito da glaciação sobre pteridófitas quanto para previsões sobre o impacto que as atuais mudanças climáticas terão sobre o grupo. Para atingir esse objetivo foram empregadas técnicas de modelagem de nicho ecológico para prever a distribuição das áreas de adequabilidade para a pateridofita Hypolepis rugosula durante três períodos de tempo: passado, presente e futuro. Os modelos foram realizados para os três continentes onde a espécie ocorre (América, África e Australásia), utilizando 155 registros georreferenciados da espécie. As camadas bioclimaticas foram extraídas do banco de dados online WorldClim resolução de 5arc. Para cada pixel. No primeiro capítulo foram construídos modelos para predizer a ocorrência de Hypolepis rugosula no presente e durante o último período glacial. O algoritmo utilizado foi o MaxEnt. O modelo do passado foi o CCSM4. No segundo capitulo foram construídos modelos para o presente e para os anos de 2050 e 2070. O Modelo de Circulação Ocenâico-Atmosferico utilizado foi o CCSM4 para os anos de 2050 e 2070, utilizando dois senários de emissão de carbono, RCP45 (otimista) e RCP85 (pessimista). Os modelos forneceram previsões confiáveis nos dois capítulos, já que os valores de AUC e TSS foram todos altos. Os resultados mostraram que durante o LGM, em que a terra era mais fria, as áreas de adequabilidade aumentaram. Os modelos indicaram uma expansão da área de ocorrência sobre as Cordilheiras dos Andes, África Central e Sudeste Asiático. Por outro lado, com o aquecimento da atmosfera previsto para o futuro, a espécie deve ser extinta localmente principalmente nas áreas tropicais, restringindo a espécie a regiões austrais no Chile e na Nova Zelândia. A África central foi a região mais próxima do equador onde as áreas de adequabilidade não foram excluídas.