Biogeografia de Hylaeamys megacephalus (Rodentia Sigmodontinae): integração entre modelos de nicho ecológico e filogeografia

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Machado, Arielli Fabrício
Orientador(a): Anciães, Marina
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA
Programa de Pós-Graduação: Ecologia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://repositorio.inpa.gov.br/handle/1/11984
http://lattes.cnpq.br/9543742617440925
Resumo: Fatores históricos e ecológicos influenciam na distribuição e diversificação das espécies. Hylaeamys megacephalus é um roedor que apresenta linhagens divergentes entre o norte e sul do rio Amazonas e também no Cerrado. Estudos prévios sugeriram diversificação alopátrica entre o norte e sul do rio Amazonas e parapátrica entre o sul da Amazônia e Cerrado. Investigamos a história evolutiva da espécie e as hipóteses de diversificação sugeridas para suas linhagens, integrando filogeografia e modelos de nicho ecológico (ENMs). Utilizando um marcador mitocondrial, construímos uma árvore filogenética e uma rede de haplótipos, estimando tempo de divergência, demografia histórica, áreas de distribuição ancestral e eventos de dispersão e vicariância. Rodamos ENMs para a espécie e suas linhagens projetando-os para o passado. Avaliamos a similaridade de nicho ecológico e corredores de habitat entre as linhagens. Nossos resultados corroboram a existência das três linhagens e revelam compartilhamento de haplótipos apenas entre as linhagens do sul da Amazônia e do Cerrado. Todas as linhagens divergiram por vicariância durante o Pleistoceno, porém indivíduos com haplótipos relacionados divergiram por dispersão e vicariância. Houve baixa similaridade de nicho entre o norte e sul da Amazônia, mas alta entre sul e Cerrado. Corroboramos diversificação vicariante para o norte da Amazônia, associado ao estabelecimento do rio Amazonas. Porém, devido à ampla distribuição ancestral da espécie, sugerimos que fatores ecológicos também tenham influenciado neste processo, causando variação ecológica entre norte e sul da Amazônia antes do surgimento da barreira. Quanto às linhagens do sul da Amazônia e do Cerrado, estudos prévios sugeriram diversificação parapátrica, entretanto, estas linhagens apresentaram alta similaridade ecológica e o modelo de especiação parapátrica requer variação seletiva. Sugerimos que estas linhagens divergiram pelo surgimento do rio Xingu, passando por eventos sucessivos de dispersão e vicariância causados pela alteração do curso deste rio durante o Pleistoceno.