Estudos taxonômicos, filogenéticos e biogeográficos em Aechmea (Bromeliaceae)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: MACIEL, Jefferson Rodrigues
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
UFPE
Brasil
Programa de Pos Graduacao em Biologia Vegetal
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/30488
Resumo: Entender os processos e padrões evolutivos e ecológicos de grupos da Floresta Atlântica pode ajudar a caracterizar as forças responsávels pela biodiversidade da região. Exemplo disso são os processos responsáveis pelos padrões de distribuição disjuntas entre a Floresta Atlântica e Amazônica e a ocupação geográfica da Floresta Atlântica. Diante disto, o objetivo central dessa tese foi entender os processos que levaram aos padrões de distribuição em algumas espécies do gênero Aechmea e à diversificação de Aechmea subg. Chevaliera. Os resultados foram então sumarizados em oito artigos divididos em três partes da tese. Na primeira parte, uma abordagem taxonômica serviu para embasar os estudos subsequentes. Dessa forma ficou claro que o gênero Aechmea está representado na Floresta Atlântica ao Norte do Rio São Francisco por 27 espécies, três delas tendo distribuição disjunta entre a Floresta Atlântica e a Amazônica. Além disso, foi possível descrever mais uma nova espécie para o subgênero Chevaliera, que se junta às 29 formalmente já descritas. Na segunda parte, foi realizado um estudo sobre o grau de suficiência amostral, permitindo concluir que a representação do espaço ambiental das espécies da Floresta Atlântica ao Norte do Rio São Francisco não está relacionada ao número de ocorrências registradas e que a fragmentação florestal influencia a qualidade de informação dos seus habitats. Em consequência foram selecionadas duas espécies com suficiência amostral e distribuição disjunta para o estudo efeito de mudanças climáticas no estabelecimento de corredores de dispersão. Nos cenários climáticos pretéritos, a principal ligação entre a Floresta Atlântica Nordestina e a Amazônica se deu pelo litoral. Este resultado ressalta a importância do litoral como possível corredor enre as duas florestas em mudanças climáticas que aumentaram a pluviosidade e umidade na região ao invés da conexão pela caatinga como proposto na literatura. Por fim, na terceira parte foi estudada a evolução do subg. Chevaliera. Uma filogenia molecular datada (ETS, matK e phyC) e estudos de evolução morfológica e do nicho revelaram que o subgênero é polifilético. As espécies amazônicas previamente classificadas no subg. Chevaliera emergiram em distintos momentos da história evolutiva de Bromelioideae. A maioria das espécies atlânticas do subgênero emergiu formando dois grupos distintos. O primeiro grupo reuniu sete espécies previamente relacionadas ao complexo Aechmea multiflora e o segundo grupo possui onze espécies que formam o conceito restrito do subg. Chevaliera, chamado aqui de grupo A. sphaerocephala. Foi proposto transferir as espécies relacionadas ao complexo A. multiflora para um novo gênero, chamado Gravatarum. As análises morfológicas revelaram que os dois grupos convergem quanto ao grande volume corporal, forma de crescimento e nos aspectos da inflorescência, mas se diferenciam pela margem da bráctea floral e cor das pétalas. O estudo da dinâmica evolutiva dos dois grupos mostra que compartilham o mesmo espaço morfológico e geográfico, mas com dinâmicas distintas de ocupação da Floresta Atlântica, de dispersão nos habitats disponíveis e de evolução do espaço ambiental nos últimos três milhões de anos.