Extração líquido-líquido de carotenoides do óleo de pequi (Caryocar brasiliense)

• Ano de defesa: 2023
• Autor(a) principal: Carneiro, Camila Rodrigues
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa; Engenharia Química
• Palavras-chave em Português: Óleos vegetais; Pequi; Carotenóides; Extração por solventes; Operações de Separação e Mistura
• Link de acesso: https://locus.ufv.br//handle/123456789/32194; https://doi.org/10.47328/ufvbbt.2023.281

O óleo de pequi é um produto obtido a partir da polpa e amêndoa do pequi, um fruto nativo do cerrado brasileiro, ainda pouco explorado economicamente. É um produto rico em compostos bioativos, tais como carotenóides, ácidos graxos e vitaminas do tipo A, C e E, biocompostos de uso nas indústrias alimentícia, cosmética e farmacêutica. Dentre estes, os carotenoides do óleo de pequi podem aumentar a disponibilidade de pigmentos naturais no mercado e agregar valor à cadeia produtiva do pequi. Neste contexto, a extração líquido-líquido é uma operação unitária adequada à separação desses pigmentos, pois pode ser realizada em temperatura ambiente, o que auxilia na preservação dos carotenoides que são compostos termossensíveis. Contudo, dados relacionados a separação de pigmentos de óleos vegetais e outras matrizes graxas ainda são escassos em literatura, o que dificulta a otimização do processo. Neste contexto, este trabalho visa contribuir para o desenvolvimento de processos de separação de pigmentos e outros biocompostos, através de dados obtidos com a extração líquido-líquido de carotenoides do óleo de pequi utilizando solventes de baixa toxicidade em diferentes condições operacionais. Assim sendo, após a caracterização físico-química e reológica do óleo, foram determinados dados de equilíbrio líquido-líquido para os sistemas pseudobinários compostos por Óleo de pequi + ácido acético, Óleo de pequi + DMSO e Óleo de pequi + etanol, nas temperaturas 25°C, 35°C e 45°C, utilizando as proporções solvente-óleo 50/50, 60/40, 65/35 e 70/30. Dessa forma, tendo em vista que o maior coeficiente de partição foi alcançado a 35°C utilizando ácido acético numa proporção solvente-óleo 65/35, executou-se nas mesmas condições a extração em múltiplos estágios, a qual possibilitou uma recuperação de 61,52% do total de carotenoides inicialmente presentes no óleo, valor que excede em 50,44% do total recuperado nas mesmas condições utilizando um único estágio. Além disso, foram realizas extrações utilizando misturas dos solventes ácido acético-DMSO e ácido acético-acetona bem como a determinação dos dados de equilíbrio para esses sistemas. A correlação dos dados experimentais para construção da curva binodal foi feita utilizando a metodologia de Merchuk, Andrews e Asenjo (1998), e o melhor desempenho de extração foi obtido pelo sistema óleo de pequi + ácido acético + acetona, demonstrando que o uso da acetona como co-solvente contribui para eficiência da extração de pigmentos naturais em matrizes graxas. Ademais, para todos os sistemas pseubinários e pseudoternários avaliados neste estudo foi visto que o aumento da temperatura promove uma diminuição da região bifásica, na qual é possível realizar a separação de carotenoides e outros compostos presentes no óleo, utilizando-se o método de extração líquido- líquido. Palavras-Chave: Caryocar brasiliense. Vitamina A. Extração líquido-líquido. Dados de Equilíbrio.