Análise exploratória de carotenóides, óleos essenciais e triacilglicerídios do pequi (Caryocar brasiliense Camb.) de municípios brasileiros situados no bioma cerrado

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Geöcze, Katalin Carrara
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
BR
Agroquímica analítica; Agroquímica inorgânica e Físico-química; Agroquímica orgânica
Doutorado em Agroquímica
UFV
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://locus.ufv.br/handle/123456789/216
Resumo: O pequizeiro (Caryocar brasiliense Camb.) é uma espécie arbórea, típica do Bioma cerrado. Produz um fruto amplamente utilizado regionalmente. Sua polpa amarela de sabor e aroma intenso é considerada uma fonte excelente de carotenóides e, também, possuidora de elevado teor de lipídeos. Determinouse, quantitativamente e qualitativamente, a composição dos carotenóides, óleos essenciais e triacilglicerídios, em frutos do pequi; de diferentes regiões do Bioma Cerrado, abrangendo os estados do Maranhão, Minas Gerais e Tocantins. Verificou-se, ainda, através de análise multivariada, análise das componentes principais (ACP) e análise hierárquica por agrupamento (AHA), reconhecimento de padrões para classificação dessas amostras segundo essas características químicas. A determinação dos carotenóides com atividade provitamina A (CPVA), bem como dos demais carotenóides, da polpa do pequi, foi realizada por cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE), acoplada a um detector de arranjo de diodos (DAD). Os CPVA encontrados nas 18 populações amostradas foram β-criptoxantina e β-caroteno. Foi observada elevada variação nas concentrações de CPVA(s), destacando-se a grande diferença apresentada entre as populações de Grajaú-MA, localidade Gato Preto, (0,63 μg g-1) que apresentou índices quase nulos, e Januária-MG (255 μg g-1) que se sobressaiu entre as demais amostras. A análise multivariada, ACP e AHA, possibilitaram agrupar as 18 amostras de pequi, através do teor decrescente de carotenóides com atividade provitamina A. Ainda, se evidenciou um grupo de amostras (Januária, Japonvar, Arinos, Salinas e Montes Claros), as quais se apresentaram superiores, quanto ao teor de carotenóides. Afora β-criptoxantina e β-caroteno, os demais carotenóides identificados na polpa do C. brasiliense foram: neoxantina, violaxantina, luteína e zeaxantina; sendo neoxantina e β-caroteno, os componentes majoritários. Além de fonte de CPVA, o pequi pode, ainda, ser indicado como fonte de xantofilas, zeaxantina-luteína, consideradas quimiopreventivas de doenças oftálmicas como catarata e DMRI (degeneração macular relacionada à idade). Realizou-se análises dos óleos essenciais da polpa do C. brasiliense, após extração por hidrodestilação, empregando-se cromatografia em fase gasosa acoplada à espectrometria de massas (CG-EM). O teor médio de óleo essencial foi em torno de 0,5%; entretanto, o Município Norte Mineiro de Januária destacou-se dos demais, apresentando 1,2%. Os menores valores apresentados foram dos Municípios do Tocantins, que apresentaram um teor médio de 0,2%. De maneira geral, os constituintes químicos dos óleos essenciais do pequi identificados foram ésteres e β-ocimeno. As substâncias majoritárias encontradas foram: hexanoato de etila (MA e MG); hexanoato de isopropila e 2-metilbutanoato de isopentila (TO). Os ésteres etílicos de cadeia curta conferem, aos frutos oriundos dos Estados de Minas Gerais e Maranhão, um sabor e aroma doce, frutado-floral, intensificado pelo aroma intenso do monoterpeno β-ocimeno. No entanto, os ésteres de cadeia mais longa, presentes nas amostras do Estado do Tocantins, aos quais se atribuem notas metálicas, sugerem que estes pequis apresentam aromas e sabores menos frutados. Pela análise multivariada (PCA e AHA) foi possível classificar os pequis de acordo com seu local de origem; confirmando que a composição de óleos essenciais sofre influências geográficas, ou seja, edafoclimáticas e/ou genéticas. Adicionalmente, para a determinação dos triacilglicerídios da polpa e amêndoa do pequi realizou-se a extração (aparelho tipo Soxtec/hexano como solvente), derivatização (obtenção de ésteres metílicos) e análise cromatográfica CG-EM. Os teores médios de TAG, na polpa (53,7%) e na amêndoa (49,0%), confirmaram ser o pequi uma espécie oleaginosa. Os ácidos graxos majoritários, em torno de 98%, foram o ácido palmítico e ácido oléico. Essa composição e a ausência de ácidos graxos livres adéquam o emprego desses óleos para uso alimentício, entre outras potencialidades. De acordo com a ANOVA, as populações oriundas do Estado do Maranhão destacaram-se quanto ao teor de TAG na polpa do pequi, juntamente com o Município mineiro de Januária. O estudo quimiométrico, através das análises multivariadas ACP e AHA, classificaram as amostras de acordo com a razão entre o teor de ácidos graxos saturados e insaturados (TAGS/TAGI), não sendo possível separá-las segundo a localização geográfica.