Os desafios para o empoderamento da mulher agricultora a partir do Programa de Aquisição de Alimentos: o caso de Barbacena-MG

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Azevedo, Vilma Maria
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
BR
Instituições sociais e desenvolvimento; Cultura, processos sociais e conhecimento
Mestrado em Extensão Rural
UFV
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://locus.ufv.br/handle/123456789/4179
Resumo: O debate do empoderamento na perspectiva do gênero emergiu como um tema relevante no campo das políticas públicas. A presente dissertação teve como objetivo analisar as dimensões do empoderamento alcançadas pelas mulheres das comunidades rurais do município de Barbacena-MG, a partir da participação na política pública do governo federal, Programa de Aquisição de Alimentos da Agricultura Familiar (PAA). A problemática empreendida nesta pesquisa relacionou o reconhecimento pelo PAA da condição de mulher agricultora, cadastrada, com as práticas mercantis instituídas por esta política pública, para com isto, investigar se o PAA favorece o empoderamento da mulher no âmbito público e privado, além de refletir e analisar a contribuição desta política pública nos processos de mudança nas relações entre mulheres e homens das comunidades rurais, quais as dimensões destas mudanças, sem perder de vistas as peculiaridades do citado município, com sua origem histórica fundada no período do Brasil império, cujo legado patriarcal marca até os tempos atuais as relações sociais, reforçando as desigualdades de gênero. A pesquisa partiu de duas hipóteses: H 1 A participação da mulher socializada em uma sociedade rural, marcada por uma cultura política com poder de mando centralizado, traria como consequência a lenta transformação da sua postura de submissão e passividade, mesmo mediante a sua participação em atividades de negociação e reconhecimento público da sua condição de produtora e a H 2 - As possibilidades de empoderamento da mulher agricultora estariam relacionadas às oportunidades sociais, como serviços de educação, saúde, e participação econômica. Assim, o PAA se constituiria em uma forma de empoderamento público e privado para as mulheres que dele participavam, em virtude da ampliação da sua autonomia econômica e do maior domínio da sua condição de cidadã. A pesquisa foi realizada através de um survey, com entrevistas semiestruturados, com questões abertas e fechadas, sendo os questionários: Q I destinado a 67 agricultoras; Q II destinado a 32 agricultores e Q III destinado a 5 extensionistas. Os dados pesquisados foram submetidos a tratamento estatístico via software Statistical Package for Social Sciences (SPSS). A hipótese I desta dissertação foi comprovada, uma vez que foi identificada a resistência da cultura patriarcal, no trabalho das agricultoras pesquisadas vistos como ajuda e não trabalho, além de estas não possuírem nenhum controle ou mesmo acesso aos recursos financeiros, oriundos da comercialização dos seus produtos. A hipótese II foi refutada uma vez que as análises das perspectivas do empoderamento público apontaram que este não foi alcançado, pelas agricultoras barbacenenses pesquisadas.