Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Meneguelli, Talitha Silva |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Viçosa
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://locus.ufv.br//handle/123456789/28742
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Resumo: |
As doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), em especial as doenças cardiovasculares (DCV), estão entre as principais causas de mortalidade. O desenvolvimento dos fatores de risco cardiometabólico está relacionado ao consumo de alimentos caracterizado por um padrão ocidental, constituído por alimentos ultraprocessados e aqueles com o perfil pró-inflamatório. Desse modo, o objetivo foi avaliar a associação do consumo de alimentos de acordo com o grau de processamento e do potencial inflamatório da dieta com fatores de risco cardiometabólico em indivíduos com risco cardiovascular. Tratou-se de estudo transversal, com 325 indivíduos (18 a 84 anos, 135 homens e 190 mulheres) atendidos pelo Programa de Atenção à Saúde Cardiovascular da Universidade Federal de Viçosa – PROCARDIO-UFV (ReBEC, id: RBR- 5n4y2g). Os dados do consumo alimentar foram avaliados por meio de um recordatório 24 h (R24h), em que os alimentos foram classificados de acordo com o grau de processamento pela classificação NOVA, potencial inflamatório mediante cálculo do Índice Inflamatório da Dieta (IID™), Índice de Alimentação Saudável (IAS), pelo método a priori, e padrões alimentares, pelo método a posteriori, sendo este último avaliado por análises de componentes principais (ACP). A partir dos prontuários foram obtidas informações sociodemográficas, antropométricas e de composição corporal, estilo de vida, bioquímicas, da pressão arterial (PA), história clínica e do consumo alimentar. As análises estatísticas foram realizadas nos softwares SPSS, versão 22, e STATA, versão 13, mediante aplicação dos testes adequados a cada hipótese, adotando nível de significância de 5%. Como resultados, quando avaliado o consumo por grau de processamento, a média da ingestão calórica total foi de 54,4% provenientes de alimentos in natura ou minimamente processados, 8,6% de ingredientes culinários, 11,1% de alimentos processados e 25,9% de alimentos ultraprocessados. Em cada um desses quatro grupos, os alimentos que mais contribuíram foram arroz (9,1%), óleos vegetais (4,3%), pão francês (7,4%) e doces industrializados (5,4%), respectivamente. Observou-se maior consumo de alimentos processados e ultraprocessados entre participantes mulheres, adultos, com maior nível de escolaridade, vivendo sem companheiros e que nunca fumaram. Em relação aos fatores de risco cardiometabólico, o consumo de alimentos processados e ultraprocessados se associoupositivamente com a prevalência de obesidade abdominal avaliada pela RCQ (RP= 1,005; p- valor= 0,049) e perímetro da cintura (PC) (RP= 1,003; p-valor= 0,02), bem como com o colesterol total elevado (RP= 1,008; p-valor= 0,047) após todos os ajustes. Quando observado o consumo por refeições, obteve-se maior consumo de alimentos in natura ou minimamente processados no almoço e jantar e de ultraprocessados no café da manhã e lanche da tarde. Por sua vez, quando avaliado o IID, a média deste foi caracterizada por uma dieta neutra (0,15 ± 0,84) correspondente ao segundo tercil, e participantes mulheres, mais jovens e que nunca fumaram tiveram dieta mais pró-inflamatória. Em relação ao risco cardiometabólico e padrões alimentares, a dieta mais pró-inflamatória (IID ≥ 0,45) esteve positivamente associada com aumento da prevalência de excesso de peso (RP= 1,29; 95% IC 1,06-1,58), obesidade abdominal pela relação cintura/quadril (RCQ) (RP= 1,29; 95% IC 1,02-1,64), com uma dieta inadequada avaliada pelo IAS (RP= 1,52; 95% IC 1,15-2,01) e com padrão alimentar “não saudável” (RP= 2,94; 95% IC 1,03-8,35). Ademais, a dieta anti-inflamatória (IID < -0,22) esteve associada ao padrão alimentar “saudável” (RP= 3,71; 95% IC 1,54-8,90) e ao padrão alimentar “lanches saudáveis” (RP= 3,05; 95% IC 1,12-8,32). Conclui-se que o consumo de processados e ultraprocessados e a dieta mais pró-inflamatória estão positivamente associados com o aumento da prevalência de obesidade abdominal, mesmo em indivíduos que já apresentam risco cardiovascular. Estratégias nutricionais direcionadas para prevenção das DCNT, considerando perfil do grupo atendido e tipos de refeição devem ser encorajadas. Palavras-chave: Risco Cardiovascular. Índice Inflamatório da Dieta. Processamento de alimentos. Classificação NOVA. |