Consumo alimentar segundo o grau de processamento e hipertensão arterial sistêmica: um estudo com servidores públicos com risco cardiovascular (procardio-ufv)
Ano de defesa: | 2021 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Viçosa
Ciência da Nutrição |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://locus.ufv.br//handle/123456789/30500 |
Resumo: | A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é o principal fator de risco cardiovascular edentre os fatores envolvidos na sua etiologia destaca-se a alimentação inadequada. Evidências recentes têm demonstrado associação do consumo de alimentos com elevado grau de processamento (processados e ultraprocessados) com várias doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), mas estudos sobre a relação entre o consumo desses alimentos e a HAS são escassos. Assim, o objetivo deste estudo foi avaliar a associação entre oconsumo alimentar segundo o grau de processamento e a HAS em servidores públicos com risco cardiovascular. Trata-se de um estudo transversal, realizado com dados basais de 104 servidores públicos, com idade igual ou superior a 20 anos, de ambos sexos, atendidos no Programa de Atenção à Saúde Cardiovascular da Universidade Federal de Viçosa (PROCARDIO- UFV), no período de 2012 à 2019. O consumo alimentar foi avaliado por meio de um recordatόrio de 24h (R24h) e os alimentos foram classificados segundo o grau de processamento utilizando-se a classificação NOVA. A pressão arterial foi aferida três vezes com esfigmomanômetro mecânico de coluna de mercúrio e foi considerada a média das duas últimas aferições. Foram classificados com HAS aqueles com a pressão arterial sistólica ≥ 140 ou diastólica ≥ 90 mmHg ou os que relataram o uso de medicamentos anti-hipertensivos. Além disso, foram analisados dados sociodemográficos e de estilo de vida e marcadores de risco cardiometabólico. As análises estatísticas foram realizadas no software SPSS, versão 21.0, e Stata,versão 14.0. Modelos de regressão de Poisson, com variância robusta, foram usados para testar as associações. Foram apresentadas, como medidas de associação, as razões de prevalência(RP) brutas e ajustadas por potenciais fatores de confusão com seus respectivos intervalos de confiança de 95%. A prevalência de HAS na amostra foi de 77,9% (n=81) e a maior contribuição energética em percentual foi proveniente do grupo de alimentos in natura ou minimamente processados (60,0%), seguida dos ultraprocessados (18,3%), processados (12,2%) e ingredientes culinários processados (9,5%). Comparativamente aos sem HAS, os indivíduos com HAS apresentaram maior consumo de arroz, gordura animal, refeições prontas e outros alimentos ultraprocessados (refrigerantes, bebidas alcoólicas destiladas, produtos panificados, cereais matinais e outras bebidas) e menor consumo de leite e iogurte natural. Nos modelos ajustados, aqueles pertencentes ao 2o tercil de consumo de alimentos processados apresentaram prevalência 38% maior de HAS em comparação ao primeiro tercil (RP=1,38; IC95%=1,04-1,85). Em conclusão,neste estudo com servidores públicos com risco cardiovascular, o consumo de alimentos processados foi positivamente associado à prevalência de HAS. Esses resultados podem subsidiar a elaboração de intervenções nutricionais personalizadas voltadas para esse perfil de indivíduos com o objetivo de promover mudanças alimentares, garantir a manutenção da saúde e melhorar a qualidade de vida. Palavras-chave: Hipertensão. Alimentos Ultraprocessados. Classificação NOVA. Risco Cardiovascular. Saúde do Trabalhador. |