Índice TyG e sua relação com risco cardiovascular e qualidade da dieta em indivíduos com risco cardiometabólico (PROCARDIO-UFV)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Araújo, Susilane Pereira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Ciência da Nutrição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://locus.ufv.br//handle/123456789/29926
Resumo: A resistência à insulina (RI) é importante fator na fisiopatologia da síndrome metabólica que, por sua vez, está associada com a morbimortalidade por doenças cardiovasculares. Entre diversos métodos desenvolvidos para avaliar a RI, o índice triglicerídeo-glicose (índice TyG) se destaca como método simples, de baixo custo e que pode ser usado na prática clínica. Deste modo, o presente trabalho avaliou a RI mediante o índice TyG em indivíduos com risco cardiometabólico e sua relação com risco cardiovascular e hábitos alimentares. Trata-se de um estudo de análise transversal com indivíduos em risco cardiometabólico, (n=264, idade média de 43,1 ± 16,3 anos, H=119/M=145), que fazem parte do Programa de Atenção à Saúde Cardiovascular - PROCARDIO-UFV (ReBEC id: RBR-5n4y2g). Os dados do consumo alimentar foram avaliados por meio de um R24h, referente a primeira consulta nutricional. Os alimentos relatados foram registrados no software DietPro©. A partir dos prontuários foram obtidos dados sociodemográficos (idade, sexo, renda familiar, escolaridade, motivo da consulta, uso de medicamentos, tabagismo, nível de atividade física, vínculo com a UFV), antropométricos (peso, altura, perímetro da cintura, perímetro do quadril, índice de massa corporal, composição corporal por bioimpedância), bioquímicos (colesterol total, LDL, HDL, triglicerídeos, glicemia e insulina de jejum) e de pressão arterial. Índices de risco cardiometabólico, tais como relação cintura-quadril, relação estatura-cintura, índice TyG, índice HOMA-IR (do inglês, Homeostasis Model Assessment of Insulin Resistance), e escore de Framinghan, também foram avaliados. O índice TyG foi calculado mediante a formula Ln [(triglicerídeos plasmáticos (mg/dL) x glicose plasmática (mg/dL)/2], considerando alto índice TyG valor ≥ 8,83). As análises estatísticas foram realizadas nos software Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) versão 23.0 e STATA versão 14.0. A Curva Característica de Operação do Receptor (do inglês, Receiver Operating Characteristic Curve - ROC) foi desenvolvida no MedCalc® para avaliar a capacidade do índice TyG em predizer o risco cardiometabólico. Para todas as análises, adotou-se nível de significância de 5% (α =0,05). Como resultados, a análise da curva ROC indicou uma área sob a curva (AUC) de 0,678 (IC 95%: 0,618 – 0,734, p <0,001). O ponto de corte do índice TyG para identificar o risco intermediário/alto pelo escore de risco de Framingham foi de 9,04, apresentando assim o mais adequado equilíbrio entre sensibilidade (62,5) e especificidade (66,7). Neste ponto, o valor preditivo positivo foi de 29,4% e valor preditivo negativo igual a 88,9%. Por sua vez, a substituição isocalórica para ácido graxo monoinsaturado - AGMI (em 5% da ingestão calórica total), reduziu a chance de ter TyG elevado (TyG ≥ 8,83) em 62% da amostra em relação aos ácidos graxos poli-insaturados (AGPI) ou saturados (AGS) (OR: 0,38; IC95%: 0,15-0,97, para ambos ácidos graxos) e 63% (OR: 0,37; IC95%: 0,15-0,89) em relação ao AG trans. Os alimentos que mais contribuíram com a ingestão de AGMI na dieta dos participantes foram margarina (9,2%), óleo de soja (8,9%), acém bovino cozido (5,6%), carne bovina grelhada (4%) e azeite de oliva extra virgem (3,8%). Em conclusão, nossos resultados indicam uma boa capacidade preditiva do índice TyG em avaliar o risco de doenças cardiovasculares, bem como a substituição isocalórica de AGPI, AGS e trans por AGMI na dieta como estratégia promissora na redução da chance de ter RI em indivíduos com risco cardiometabólico. Palavras-chave: Índice triglicerídeo-glicose. Resistência à insulina. Consumo alimentar. Gordura monoinsaturada. Escore de risco de Framingham. Doença cardiovascular.