Fertirrigação do algodoeiro com água residuária sanitária
Ano de defesa: | 2013 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Viçosa
BR Construções rurais e ambiência; Energia na agricultura; Mecanização agrícola; Processamento de produ Doutorado em Engenharia Agrícola UFV |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://locus.ufv.br/handle/123456789/761 |
Resumo: | Objetivou-se, neste trabalho, avaliar o efeito da aplicação de diferentes doses de água residuária sanitária, proveniente da ETE Janaúba/MG, tanto na sua forma bruta (ARB) quanto na tratada em nível terciário (ART), depois de submetida à filtragem, sobre a nutrição, o crescimento e os componentes de produção do algodoeiro NuOpal BG RR, visando suprir a demanda potássica em cobertura da cultura, como também sobre alguns atributos físicos e químicos do solo. O experimento foi desenvolvido em Latossolo Vermelho eutrófico, disposto no delineamento em blocos casualizados, constituído por cinco tratamentos, em quatro repetições. Os tratamentos foram: a) T0: Água limpa e adubação mineral; b) T1: 100% de ART no fornecimento do potássio em cobertura; c) T2: 150% de ART no fornecimento do potássio em cobertura; d) T3: 100% de ARB no fornecimento do potássio em cobertura e; e) T4: 150% de ARB no fornecimento do potássio em cobertura. A base de cálculo para as doses correspondeu a 40 kg ha-1 de K2O em cobertura. A cultura foi irrigada por gotejamento, utilizando-se um emissor para cada 3,6 plantas. Na análise de crescimento foi feito o acompanhamento das variáveis altura de planta, número de folhas verdadeiras por planta, diâmetro de planta e diâmetro caulinar, em quatro avaliações. Por isso, foi usado o esquema de parcelas subdivididas no tempo na análise estatística destas variáveis. No florescimento (76 dias após a emergência DAE) foram quantificados os teores foliares de N, P, K, Ca, Fe e Na e medido o índice SPAD no dia da última fertirrigação (100 DAE). Na colheita (150 DAE) foram quantificados: o número de capulhos por planta, a massa de um capulho, o rendimento de fibra, a produtividade de algodão em caroço, a produtividade de algodão em fibra e analisada a qualidade da fibra produzida (comprimento, uniformidade de comprimento, resistência, finura, grau de reflectância, grau de amarelecimento e área coberta por impurezas). Aos 30 DAE (antes da diferenciação dos tratamentos), nas camadas de 0-0,20 m e 0,20-0,40 m, e depois da colheita (163 DAE), nas profundidades de 0-0,20 m; 0,20-0,40 m; 0,40-0,60 m e 0,60-0,80 m, foram avaliadas no solo as variáveis pH em água, conteúdo de matéria orgânica (MO), P, K, Na, Ca, Fe, saturação por bases (V), porcentagem de sódio trocável (PST), argila dispersa em água (ADA), condutividade elétrica do extrato saturado (CE), areia, silte e argila. As análises estatísticas destas variáveis no solo foram feitas dentro de cada camada, em cada uma das avaliações. Ao longo do ciclo foi aplicada a lâmina líquida total de 491,7 mm, dos quais 118,5 mm, 177,4 mm, 110,6 mm e 166,3 mm foram com água residuária nos tratamentos T1, T2, T3 e T4, respectivamente. Houve efeito de tratamentos para diâmetro de planta, altura de planta, índice SPAD, produtividade de algodão em caroço, produtividade de fibra, rendimento de fibra, massa de capulho, atributos do solo depois da colheita: pH em água (0-0,20 m), K (0-0,20 m), Fe (0,20-0,40 m), Na (0-0,20 m; 0,20-0,40 m; 0,40-0,60 m), Ca (0-0,20 m), V (0-0,20 m), CE (0,40-0,60 m), ADA (0- 0,20 m; 0,20-0,40 m; 0,40-0,60 m) e PST (0-0,20 m; 0,40-0,60 m). Para as demais variáveis (diâmetro caulinar, número de folhas por planta, variáveis foliares aos 76 DAE, número de capulhos por planta, variáveis relacionadas à qualidade da fibra, variáveis do solo aos 30 DAE, MO, P, areia, silte e argila aos 163 DAE) não foi observado efeito de tratamentos. Houve interação entre tratamentos e avaliações para a altura de plantas. Foi constatado efeito de épocas de avaliações de crescimento de plantas, sendo o diâmetro caulinar e o diâmetro de plantas explicados por modelo de regressão não linear, assim como as alturas dentro de cada tratamento, depois do desdobramento da interação. O modelo de regressão quadrática foi o que melhor explicou as variações do número de folhas por planta, ao longo do tempo de avaliação. Maiores médias de diâmetro de copa e altura de plantas foram obtidas no T3, comparado ao T0. A partir da terceira avaliação de altura de plantas, maiores valores foram observados nos tratamentos submetidos à ARB, sendo os tratamentos em que houve aplicação de ART equiparados ao T0 na terceira e superiores na última. Maiores médias do índice SPAD foram observadas nos tratamentos submetidos à ARB, denotando o maior acúmulo de N pelas plantas submetidas a esses tratamentos, ao final das fertirrigações. Maiores produtividades de algodão em caroço, algodão em fibra e massa média de capulho foram obtidas nos tratamentos em que houve aplicação de ARB em relação ao T0. Os tratamentos em que houve aplicação de ART se equipararam ao T0 para estas variáveis. Em relação aos atributos do solo foi verificada redução no pH, K, Ca, V e ADA nos primeiros 0,2 m do perfil analisado, nos tratamentos em que houve aplicação de ARB, sobretudo no T4, depois da colheita do algodoeiro. Houve elevação no conteúdo de Na no T2, no perfil até 0,60 m de profundidade e na PST nas camadas de 0-0,20 m e 0,40-0,60 m. Verificou-se elevação nos conteúdos de Fe nos tratamentos em que houve aplicação de ARB na camada de 0,20-0,40 m. Dessa forma, pode-se concluir que os tratamentos em que houve aplicação de ARB, por aportarem mais nutrientes, proporcionaram plantas mais vigorosas e mais produtivas que aquelas submetidas à cobertura potássica mineral, sem alterações negativas nos atributos do solo e na qualidade da fibra. Para a obtenção de maiores produtividades do algodoeiro NuOPal BG RR, recomenda-se a substituição da adubação potássica mineral em cobertura pela dose equivalente a 150% do recomendado para a cultura, fornecida via ARB, sendo atendida também a necessidade da cultura em nitrogênio. Pode-se substituir a adubação potássica mineral em cobertura pela dose equivalente a 100% do fornecimento do potássio requerido via ART, sem comprometimento da qualidade do solo e da fibra, devendo ser complementada a exigência em nitrogênio via fonte mineral. |