Mídia, corporalidade e discursos que nos (des)arrumam: uma análise sobre um reality show de transformação corporal

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Batista, Fabiano Eloy Atílio
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/22092
Resumo: A idealização corporal na sociedade contemporânea, subsidiada pelo setor midiático e pelo comércio da corpolatria, promove significativas modificações na (re)construção dos corpos, afetando significativamente a dinâmica de interação social dos sujeitos. Diante da supremacia das imagens idealizadas, a sociedade classifica as pessoas de acordo com sua forma física, estigmatizando e excluindo aqueles que não se inserem no modelo hegemônico de beleza. Para inserir o sujeito nos valores hegemônicos, a indústria da beleza e a mídia oferecem uma diversidade de mecanismos, sendo um deles o quadro Arruma meu marido, do programa Hora do Faro, apresentado por Rodrigo Faro, na Rede Record, que tem como pressuposto a “transformação” do participante. Para transformar uma pessoa “feia” e “infeliz” em uma pessoa “bonita” e “realizada”, o quadro conta com uma equipe multiprofissional do ramo da beleza, habilitada para fazer tratamentos nos dentes, no cabelo, na pele, além de mudanças no vestir e no comportamento. Dessa forma, a pesquisa, de natureza qualitativa e descritiva, teve como objetivo analisar os enunciados produzidos pelo quadro da mídia televisiva Arruma meu marido, atendo-se aos discursos que recaem sobre o corpo e a aparência do participante, promovendo sua exclusão e inclusão social, buscando responder as seguintes questões: Quais discursos recaem sobre os participantes do quadro antes e após a transformação? Como se dá a participação da família no processo de mudança da corporalidade dos participantes? A coleta e análise de dados se deu pelo método documental, cujos arquivos foram compostos por três vídeos relativos às edições do programa, buscando-se descobrir, interpretar e compreender os sentidos e significados presentes nas imagens e discursos que recaem sobre os sujeitos os seus corpos. Os resultados revelam que a aparência torna-se um valor imprescindível para o reconhecimento do indivíduo dentro de um contexto social e familiar, sendo que alguns signos corpóreos (flacidez, sedentarismo, gordura, falta dos dentes, cabelos grandes e “mal cuidados”, dentre outros) simbolizam uma indisciplina ou um descaso com o corpo, sendo os indivíduos apontados pelo “fracasso” de sua própria corporalidade. Por outro lado, o programa cumpre a missão de arrumar o participante, promovendo sua inclusão familiar e social.