Redes Sociais e Maternidade: diferentes vivências em uma instituição de ensino superior
Ano de defesa: | 2010 |
---|---|
Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Viçosa
BR Economia familiar; Estudo da família; Teoria econômica e Educação do consumidor Mestrado em Economia Doméstica UFV |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://locus.ufv.br/handle/123456789/3377 |
Resumo: | Desde os anos 1960, observa-se uma mudança no padrão do comportamento feminino motivada pelas transformações ocorridas na sociedade e impulsionada pelo movimento feminista. A mulher de classe média ingressa de forma maciça no mercado de trabalho, aumenta seu nível de escolarização e passa a controlar sua vida sexual e reprodutiva. Estas modificações contribuem para uma nova alteração no comportamento feminino, principalmente em relação à fecundidade, com reflexos diretos na estrutura e organização da família. Diante deste contexto, problematizou-se que as redes formadas pelas mulheres que vivenciam a maternidade tardia são construídas e vivenciadas de forma diferente comparativamente àquelas que vivenciam a maternidade mais jovens, em função da estabilidade emocional e financeira, que facilita a administração das diferentes esferas da vida feminina. Neste contexto, questionou-se como as redes de mulheres primíparas antes dos 25 anos e após os 35 anos são formadas? Quais são as diferentes possibilidades e dificuldades na administração de diferentes demandas para as mães jovens e tardias? Esta pesquisa, exploratório-descritiva, utilizou-se de questionário estruturado e entrevista fundamentada em um roteiro semi-estruturado. As entrevistas foram gravadas e as falas transcritas e categorizadas tematicamente. A população foi composta por docentes e funcionárias ativas da Universidade Federal de Viçosa UFV, que foram mães (primíparas), entre os anos de 2000 e 2007, com um recorte de idade antes dos 25 anos e depois dos 35 anos de idade. A amostra foi composta por 46 mulheres que aceitaram participar da pesquisa. Os resultados apontaram que tanto para as mães jovens quanto tardias, a maternidade após os 35 anos não deve ser considerada tardia, sendo que aquelas que optaram pelo adiamento da maternidade estavam satisfeitas com a opção e, em sua maioria, não enfrentaram problemas de saúde. Os problemas apresentados por 14,3%, das mães tardias referiram-se a dificuldades de engravidar, decidindo pela adoção. Entretanto, as mães jovens perceberam a maternidade tardia com maiores limitações, em termos de vigor físico e adaptação da mãe a rotina da criança. No que se refere às redes de apoio social, verificou-se que embora tenham se mostrado importantes para os dois grupos por se constituírem em uma estratégia para a administração de diferentes papeis, demandas e necessidades do trabalho e família, eram construídas de forma diferente, dependendo do momento em que a mulher vivenciou a maternidade. Para o grupo de mães jovens, as redes estabeleceram uma conformação de maior dependência da família para os cuidados e a guarda dos filhos, no momento do trabalho remunerado; enquanto para as tardias esses vínculos se construíram com laços mais fortes entre as instituições formais, que são as creches e babás, bem como as empregadas. As conclusões apontam que as famílias estão mudando em tamanho, tipo e característica, sendo uma organização mais dependente das redes sociais. De forma geral pode-se concluir que as mulheres têm planejado a sua gravidez e a adiado como estratégia para conciliar a interface famíliatrabalho remunerado. As redes de íntimos constituem a principal fonte de apoio para as mães em termos de apoio psicológico e, principalmente, em eventualidades, mesmo quando essas mães possuem condições financeiras de arcar com custos de contratação de empregados e serviços de cuidados e educação infantil. Enfim, as opções por conciliação entre família e trabalho na perspectiva de mães trabalhadoras, apontam para um modelo de conciliação, permeado por tensões e condicionado à efetividade das redes sociais de apoio às famílias. |