Vivências da maternidade tardia, cotidiano e qualidade de vida: a perceptiva feminina, Viçosa, MG

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Rodrigues, Maria Cristina
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
BR
Economia familiar; Estudo da família; Teoria econômica e Educação do consumidor
Mestrado em Economia Doméstica
UFV
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://locus.ufv.br/handle/123456789/3302
Resumo: A sociedade brasileira vive um momento de constantes transformações, e uma delas é a mudança nos padrões e comportamentos familiares, o que pode ser explicado, em parte, pela crescente inserção de mulheres no mercado de trabalho. Administrar trabalho e família trouxe, para as mulheres, um acúmulo de papéis e funções, além de uma das estratégias adotadas para a atenuação do conflito entre diferentes demandas: o adiamento da maternidade para depois dos 35 anos. Esse adiamento é favorecido pelo desenvolvimento das tecnologias reprodutivas, permitindo, assim, as dissociações entre o exercício da sexualidade e a reprodução, podendo-se decidir sobre o momento mais oportuno para a realização da maternidade. Portanto, mulheres que decidiram vivenciar a maternidade tardia enfrentam frustrações e alegrias que trarão conseqüências positivas e, ou, negativas que influenciarão o cotidiano e a sua qualidade de vida e a de suas famílias. Assim, esta pesquisa qualitativa teve como objetivo analisar a percepção de mulheres que tiveram filhos depois dos 35 anos quanto às influências da maternidade tardia sobre o cotidiano feminino e familiar e, conseqüentemente, sobre a qualidade pessoal e de sua família. Especificamente, o objetivo foi fazer uma caracterização socioeconômica e demográfica das mulheres; identificar os motivos que levaram as mulheres a vivenciarem a maternidade tardia; analisar a percepção das mulheres sobre as conseqüências da maternidade tardia para seu cotidiano e de sua família e para a sua qualidade de vida e de sua família. As entrevistadas foram selecionadas de acordo com os critérios da pesquisa, ou seja, mulheres que tiveram o primeiro filho com uma idade mínima de 35 anos em Viçosa, MG, entre os anos de 2000 a 2002, sendo a amostra composta por 11 mulheres. Foram utilizadas pesquisas das fichas do Cadastro de Nascidos Vivos (SINASC) em Viçosa, MG, e pesquisas bibliográficas, além de entrevista baseada em um roteiro semi-estruturado com mulheres que vivenciaram a maternidade tardia. Posteriormente, fez-se a opção pela análise de conteúdo dos depoimentos das entrevistadas para avaliação dos dados. As entrevistadas eram predominantemente casadas, tinham oito anos ou mais de estudo e possuíam renda acima de três salários mínimos. A maioria tinha apenas um filho, nascido de parto cesáreo, e fez sete ou mais consultas de pré-natal. Ao contrário da literatura em questão, a maioria não decidiu adiar a maternidade. Algumas se casaram mais tarde; outras, mesmo casadas, não conseguiam engravidar; e outras adiaram a maternidade por preferirem estar estabilizadas financeiramente para depois se tornarem mães. Como conseqüências negativas, identificaram a falta de tempo pessoal e familiar devido ao acúmulo de tarefas e à dificuldade em engravidar novamente. E, como conseqüências positivas, relataram que acreditavam que tiveram filho no momento certo, por estarem estabilizadas financeiramente e por se sentirem mais seguras emocionalmente. Constatou-se que, apesar da dupla jornada de trabalho e da falta de tempo pessoal e familiar, as mulheres sentiam-se realizadas com a maternidade tardia, pelo fato de se sentirem mais estabilizadas financeiramente e em condições de oferecer melhor qualidade de vida para suas famílias.