A importância de remanescentes de Mata Atlântica na ocorrência dos Muriquis (Brachyteles hypoxanthus E. Geoffroy) no Estado do Espírito Santo
Ano de defesa: | 2006 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Viçosa
BR Botânica estrutural; Ecologia e Sistemática Mestrado em Botânica UFV |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://locus.ufv.br/handle/123456789/2483 |
Resumo: | A Região Serrana do Espírito Santo apresenta remanescentes florestais de exuberante beleza, com fauna e flora de alta relevância para conservação. Em suas matas ainda pode ser encontrado o ameaçado Brachyteles hypoxanthus (primata herbívoro e arborícola endêmico da Floresta Atlântica nos estados de MG, ES e BA). Particularmente em Santa Maria de Jetibá, novos grupos vêm sendo encontrados, desde 2000, início das atividades do Projeto Muriqui, ES. Neste trabalho, foi proposto um ensaio sobre variações florísticas e fitossociológicas existentes no habitat florestal deste primata. Foram amostrados doze trechos de vegetação em dois fragmentos (F1 e F2), sendo que em apenas um deles os macacos muriquis já foram observados em suas matas (F1), enquanto no outro ele não é observado a pelo menos quarenta anos (F2). Informações sobre as fontes alimentares de Brachyteles foram: i) reunidas mediante revisão de literatura, observações pessoais de campo e marcações de fontes alimentares feita pelo IPEMA; ii) abertas picadas de 250 m em topos de morro, encostas e ravinas montando-se dez parcelas quadráticas (10 m x 10 m) não contíguas e seqüencialmente distantes a 15 m em cada trecho de vegetação estudados, incluindo todos os indivíduos com CAP maior que 15 cm. No total, foram encontradas 346 espécies arbóreas e duas arborescentes, identificadas a partir de 2748 árvores vivas amostradas em 1,17 hectare de estudo. O Índice de Shannon foi de 5,16 nats por indivíduo e a área basal acumulou 40,6 m2/ha., um contexto relacionado ao elevado estado de desenvolvimento da floresta, uma situação de floresta primária no local, mesmo apresentando dossel descontínuo, corte seletivo e fortes perturbações naturais recentes. A altura média do dossel foi de 13 m para a amostra, entretanto F1 apresentou um dossel mais alto que F2 (situado em altitude mais elevada), com árvores emergentes de até 35 m. Vinte das espécies coletadas são fontes alimentares de B. hypoxanthus em F1 (b) e outras 24, de ocorrência local, apresentam registro de sua utilização em outras áreas da Mata Atlântica (a). Algumas fontes alimentares ocorrem com elevada abundância, enquanto outras foram observadas apenas no estrato superior ou emergente. A similaridade de Jaccard para variou entre 17 % e 45 % entre os seis blocos, o que demonstra uma elevada diversidade beta para distâncias relativamente tão pequenas. As espécies alimentares de B. hypoxanthus encontram-se bem representadas na localidade, havendo uma grande necessidade de projetos que promovam a conservação dos recursos genéticos existentes nos biodiversos remanescentes florestais da Região Serrana do Espírito Santo, um repositório sui generis de altíssima importância biológica. |