Informalidade e Redes Sociais: Famílias Produtoras de Cachaça do Município de Rio Pomba MG

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Souza, Maria Angélica Alves da Silva e
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
BR
Instituições sociais e desenvolvimento; Cultura, processos sociais e conhecimento
Mestrado em Extensão Rural
UFV
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://locus.ufv.br/handle/123456789/4172
Resumo: O contexto rural brasileiro é o grande produtor da cachaça artesanal. Entretanto, 85% dos produtores trabalham na informalidade e na ilegalidade, nas interdependências da produção, nas redes sociais e na comercialização da cachaça pelos atores e produtores familiares. A realidade brasileira mostra que os produtores auferem renda inferior aos atravessadores da cachaça, principalmente por falta de informação sobre o mercado interno e externo, por não agregarem valor ao produto, pela ausência de incentivos do Estado e pelo desconhecimento da força das redes sociais que existem nesta forma de produção agrícola. Desta forma, o objetivo deste trabalho foi Identificar e analisar as redes sociais formais e informais dos agricultores do Município de Rio Pomba MG, por meio: dos processos de trabalho utilizados na produção da cachaça; da tradição; da geração de renda; da relação/interferência dos órgãos fiscalizador-certificadores; e do papel da extensão rural nessas relações. Neste trabalho, o que se observou quanto aos produtores familiares da cachaça do Município de Rio Pomba é a presença da informalidade no que se refere à produção - não há contratos ou divisões de trabalhos, mas sim uma parceria entre familiares e vizinhos. Pode-se considerar informalidade, entre outros parâmetros, quando esta é baseada na concepção do princípio da reciprocidade. No entanto, as famílias produtoras da cachaça de Rio Pomba se mantêm informais na forma de plantio e condução da lavoura; nas questões da higiene exigidas pela vigilância sanitária; na destinação inadequada dos resíduos e dejetos oriundos desta atividade (bagaço e vinhoto); entre outros. Ainda assim, as famílias são unânimes em afirmar que é uma maneira de continuarem na atividade, posto que a certificação e o registro junto aos órgãos legitimados apresentam trâmites complexos e os registros e impostos são incompatíveis com as suas realidades de pequenos produtores. Apesar da existência de rede social por meio dos contatos próximos e distantes dos atores entrevistados, pôde-se observar que são desarticulados e se voltam exclusivamente para as suas produções, distribuições e ampliação de seus mercados consumidores. Desta forma, não percebem a importância das parcerias com outros produtores, apesar de entenderem que a produção de cachaça é uma excelente oportunidade de geração de renda. Assim, priorizam e mantém a tradição nos sistemas de produção e comercialização, demonstram aversão ao risco e apontam as dificuldades de acesso às novas tecnologias, resguardando a identidade familiar da produção da cachaça e do local onde é produzida.