Efeitos da intervenção do Estado num núcleo rural de pequenos produtores

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1983
Autor(a) principal: Saes, Maria Sylvia Macchione
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/12/12138/tde-16122022-171422/
Resumo: O objetivo deste estudo é analisar um núcleo rural formado basicamente por pequenos proprietários que com o trabalho de suas famílias cultivam essas áreas em parte para sua própria subsistência, em parte com o objetivo de conseguir produtos para venda no mercado. A produção mercantil baseia-se principalmente no tabaco para a indústria de charutos e na mandioca para a produção de farinha. Este núcleo rural foi objeto de uma intervenção experimental: como entidade do governo federal promoveu uma modernização no processo de produção da farinha, dando recursos e orientações para a criação de uma cooperativa de plantadores de mandioca no município de São Felipe. O principal interesse definido no estudo desta área e que orientou a pesquisa de campo foi saber onde estavam as mudanças que estavam ocorrendo e as que poderiam ser esperadas como resultado da intervenção. Após observar o núcleo rural, pudemos constatar que esses pequenos produtores vivem em uma economia superavitária, sendo sua sobrevivência garantida pelo uso dos fatores disponíveis, após o que passam a organizar a produção para o mercado através dos fatores excedentes. Constatamos também que a disponibilidade da terra é um importante elemento diferencial: os que dispõem de áreas maiores, têm em geral uma produção mais diversificada e vários desses produtos para autoconsumo. Os produtores que utilizam áreas menores são obrigados a se especializar em determinado produto para vender no mercado alguns itens básicos de sobrevivência, e isso exige a obtenção de renda monetária. A menor parcela da produção atendendo ao autoconsumo revela, neste caso, um padrão de consumo também inferior aos produtores que utilizam áreas maiores. Após a intervenção, os produtores, proprietários de áreas menores de terra, não estavam modernizando o processo de produção enquanto os demais adotavam outros insumos no processo de produção. Portanto, percebemos que os produtores que não incorporaram novas técnicas enfrentarão uma situação difícil, pois não conseguirão competir no mercado. Os demais, porém, terão que se especializar cada vez mais na produção para o mercado, uma vez que seus gastos monetários serão maiores por causa dos novos insumos.