Efeito do amendoim na resposta glicêmica, no apetite e na ingestão alimentar em mulheres obesas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Ribeiro, Daniela Neves
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
BR
Valor nutricional de alimentos e de dietas; Nutrição nas enfermidades agudas e crônicas não transmis
Mestrado em Ciência da Nutrição
UFV
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://locus.ufv.br/handle/123456789/2739
Resumo: O aumento da prevalência de diabetes mellitus tem sido atribuído á adoção de um estilo de vida inadequado, representado por maus hábitos alimentares e sedentarismo. O consumo de oleaginosas tem sido apontado como possível estratégia para reduzir o risco de desenvolver o DM e controlar o apetite. Diante do exposto, o objetivo do presente estudo foi avaliar o efeito do amendoim em pasta e em grão na resposta glicêmica, apetite e ingestão alimentar em mulheres obesas. Trata-se de um estudo randomizado e em crossover, envolvendo 8 mulheres obesas, as quais ingeriram em três etapas um desjejum composto de creme de trigo contendo amendoim em grão (CAG), pasta de amendoim (CPA) ou sem amendoim (CSA). Foram avaliados parâmetros bioquímicos (glicose, insulina e ácidos graxos livres) e foram feitas avaliações subjetivas do apetite 10 minutos antes da ingestão do desjejum e aos 15, 45, 60, 90, 120, 180, 240, 265, 295, 310, 340, 370, 430 e 490 minutos após o consumo dessa refeição. Aos 240 min após o desjejum, as voluntárias ingeriram o almoço contendo pão de forma, geléia de morango e água. Aos 490 min após o desjejum, as voluntárias foram liberadas para fazerem suas atividades normais e preencheram registro alimentar durante o resto do dia e questionário de avaliação subjetiva do apetite de hora em hora até dormir. A palatabilidade das preparações servidas no estudo foram avaliadas. Verificou-se que o CAG apresentou aparência pior, quando comparado ao CPA. A ingestão de CAG ocasionou maior desejo de comer alimento salgado do que o CSA, 9 horas após a ingestão do desjejum, e em comparação ao CPA e CSA, 10 horas após a ingestão do desjejum. As médias dos níveis glicêmicos e da concentração de ácidos graxos livres não foram afetadas pelos tratamentos aplicados no estudo. Contudo, observou-se maior insulinemia (p= 0,07) aos 240 min, após consumo de CPA em relação ao CSA. Os valores para a área da curva (AC) dos níveis de ácidos graxos livres e dos níveis glicêmicos foram menores após a ingestão de CPA, em comparação ao CSA (p=0,07) e CAG (p=0,05). A área da curva dos níveis insulinêmicos foi maior após o desjejum (p=0,015) e almoço (p=0,003) em resposta ao consumo de CPA em comparação às duas outras preparações ingeridas no estudo. A ingestão calórica no dia que as voluntárias consumiram CPA foi de aproximadamente 200 kcal menor (p = 0,86) em relação à ingestão habitual, CAG e CSA. A ingestão habitual de lipídios foi maior (p=0,07) em comparação àquela observada nos dias em que as três preparações testadas forma ingeridas. Os resultados sugerem que o consumo de amendoim em pasta ou em grão não afeta o apetite e ingestão alimentar. Contudo, esses resultados sugerem que a pasta de amendoim possa resultar em efeito benéfico no controle glicêmico de indivíduos intolerantes à glicose (pré-diabéticos) que apresentam comprometimento da secreção insulínica. Caso este efeito seja mantido após o consumo crônico da pasta de amendoim, sem que haja aumento da adiposidade, esta estratégia pode auxiliar na redução do risco de desenvolver diabetes mellitus.