Efeitos do amendoim sobre o apetite e níveis de leptina, insulina e ghrelina e análise de polimorfismos para o promotor da leptina e seu receptor, em indivíduos eutróficos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2007
Autor(a) principal: Coelho, Sandra Bragança
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
BR
Ciência de Alimentos; Tecnologia de Alimentos; Engenharia de Alimentos
Doutorado em Ciência e Tecnologia de Alimentos
UFV
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://locus.ufv.br/handle/123456789/400
Resumo: Avaliar os efeitos do amendoim sobre o apetite, quando este é ingerido como parte da refeição ou como lanche e estabelecer a associação com a concentração de hormônios relacionados ao consumo alimentar, assim como com o genótipo destes indivíduos para o gene da leptina e seu receptor foram os objetivos deste estudo. Sessenta participantes foram divididos aleatoriamente em 3 grupos de tratamento (GA: grupo amendoim, GM: grupo mix e GAM: grupo amendoim + mix). Cada participante completou 4 sessões (1 sessão da refeição controle, 1 sessão do lanche controle, 1 sessão da refeição do tratamento e 1 sessão do lanche do tratamento). A sensação de apetite, os índices antropométricos e de composição corporal, o nível de atividade física, a ingestão alimentar foram monitorados durante as 4 sessões, além da realização das análises dos níveis de leptina, ghrelina e insulina e também dos polimorfismos para o promotor do gene da leptina e da região codificadora do receptor de leptina em uma subamostra de 30 voluntários. Os indivíduos relataram sentir mais fome ingerindo amendoim do que quantidades isocalóricas de sanduíche + banana + chocolate, o mesmo acontecendo para o GM, que apresentava volume, quantidade calórica e distribuição de macronutrientes semelhante a GA. Tal resultado pode ter ocorrido como resposta ao menor volume gástrico associado ao consumo do amendoim ou do mix em relação ao controle. O consumo da refeição controle levou ao término da ingestão mais rapidamente do que o mix, corroborando os estudos sobre fome. Na refeição do GA e do GM, os voluntários sentiram maior desejo por alimentos doces do que após a ingestão do controle (sanduíche + banana + chocolate). Nenhum dos tratamentos do estudo resultou em diferença estatística em relação aos 3 hormônios avaliados. Porém, o grupo mix apresentou valores de ghrelina menores, de leptina e insulina maiores do que os demais indivíduos alocados nos outros grupos. Nenhum polimorfismo para o a região codificadora (exon 4) do gene do receptor de leptina foi encontrado. Mas, para o gene promotor da leptina na região -2549, verificou-se 50% dos genótipos dos voluntários com um alelo polimórfico e 13% com ambos alelos polimórficos. Estes indivíduos apresentaram menores porcentagens de massa de gordura, menores concentrações de leptina e de ghrelina plasmática, menores taxas de saciação e maiores taxas de fome, de desejo alimentar inespecífico e também desejo alimentar específico para alimentos doces e salgados. Concluiu-se que o amendoim não afetou o apetite e nem desencadeou resposta hormonal diferente dos dois outros alimentos testados, apresentando semelhança na quantidade calórica e distribuição de macronutrientes. O volume exerceu efeito supressor na fome, diminuindo o desejo alimentar subseqüente, demonstrando com isso, ser relevante à saciedade em indivíduos eutróficos. Os indivíduos portadores do alelo polimórfico para o promotor do gene da leptina na posição -2549 em ambos os alelos, apresentam maior probabilidade de desenvolver um quadro de obesidade, uma vez que apresentam menores concentrações de leptina plasmática, maiores taxas de fome, menores taxas de saciação e maior desejo alimentar, principalmente por alimentos doces. Porém, a magnitude dessa maior probabilidade de desenvolvimento de obesidade não pôde ser aferida neste estudo. Cabendo por isso, a estudos posteriores esta tarefa.