Sustentabilidade da produção madeireira e potencial para geração de energia em Manejo Florestal Comunitário, FLONA do Purus, Amazônia Ocidental.
Ano de defesa: | 2009 |
---|---|
Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Viçosa
BR Manejo Florestal; Meio Ambiente e Conservação da Natureza; Silvicultura; Tecnologia e Utilização de Doutorado em Ciência Florestal UFV |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://locus.ufv.br/handle/123456789/594 |
Resumo: | Este estudo foi conduzido na Floresta Nacional do Purus (FLONA do Purus), Unidade de Conservação (UC) de Uso Sustentável localizada no município de Pauiní, Estado do Amazonas, que abrange 256 mil hectares de floresta natural. A comunidade Vila Céu do Mapiá, maior núcleo populacional da FLONA, apresenta uma série de demandas sociais, sobressaindo-se estudos que fundamentem técnicas de produção florestal sustentável e que solucionem o suprimento de energia elétrica. Com vistas a contribuir para a sustentabilidade ambiental e socioeconômica desta UC e de comunidades residentes, o presente trabalho teve por objetivos caracterizar a FLONA do Purus quanto aos seus aspectos ambientais, socioeconômicos e gerenciais; quantificar e qualificar os estoques de madeira necessários para suprir a demanda atual por madeira da comunidade Vila Céu do Mapiá; avaliar o potencial de geração de energia elétrica na Vila Céu do Mapiá, a partir do uso de resíduos da exploração florestal local. A caracterização da FLONA foi realizada mediante pesquisa documental. As demandas anuais por madeira e por energia elétrica da Vila Céu do Mapiá foram estimadas por meio de entrevistas semi-estruturadas e questionários aplicados junto a lideranças e moradores da comunidade, bem como pela amostragem aleatória dos estabelecimentos residenciais, comerciais e comunitários. Com base na Instrução Normativa no 05, de 2006, e na Resolução CONAMA no 406, de 2009, expedidas pelo Ministério do Meio Ambiente, foi planejada uma Unidade de Manejo Florestal (UMF1) capaz de suprir a demanda anual de madeira da comunidade. O planejamento da UMF1 consistiu na sua alocação, dimensionamento e macrozoneamento (subdivisão em Unidades de Produção Anual, Unidades de Trabalho e áreas de reserva e de uso restrito). A composição florística e a estrutura fitossociológica e paramétrica da UMF1 foram estudadas mediante inventário florestal amostral em 12 parcelas de 2.500 m2 (50 x 50 m), sendo mensurados, em cada parcela, todos os indivíduos com dap ≥ 10 cm. O potencial de geração de energia elétrica da Vila Céu do Mapiá foi avaliado pela análise comparativa entre as seguintes alternativas: geração termelétrica a diesel (modelo testemunha - será implantado na comunidade pelo Governo Federal por meio do programa Luz para Todos ); geração por gaseificação de biomassa; e geração por queima direta (combustão) de biomassa. Os resultados do inventário florestal demonstraram que a UMF1 apresenta estoque comercial suficiente para garantir a produção sustentável de madeiras em manejo de baixa intensidade para 43% das espécies comerciais utilizadas na Vila Céu do Mapiá. Verificou-se, também, que a partir do aproveitamento dos resíduos da exploração florestal local, poderão ser gerados 1.035,87 MWh ano-1 com o sistema de gaseificação, energia suficiente para atender a demanda interna da comunidade. A análise comparativa entre matrizes energéticas mostrou que a gaseificação possui um custo de implantação de R$1.976.631,89, 1,5 vezes maior que o estimado para a termoelétrica. No entanto, o custo operacional do sistema de gaseificação, calculado em R$ 0,61 kWh-1, é cerca de 48% menor que o previsto para a termelétrica, estimado em R$ 1,33 kWh-1, o que representa, após dois anos de funcionamento, uma economia equivalente ao custo de implantação. Além de garantir o suprimento de energia elétrica a partir de uma fonte renovável, o sistema de gaseificação permite reduzir a dependência da comunidade de insumos externos, promover uma maior autonomia e envolvimento dos moradores no gerenciamento do sistema e gerar mais postos de trabalho e distribuição de renda, contribuindo para o desenvolvimento da economia local. |