Poder de mercado nas exportações de leite em pó para o Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Pinha, Lucas Campio
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
BR
Economia e Gerenciamento do Agronegócio; Economia das Relações Internacionais; Economia dos Recursos
Mestrado em Economia Aplicada
UFV
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://locus.ufv.br/handle/123456789/92
Resumo: Há indícios de que Argentina e Uruguai exerçam poder de mercado no que tange as exportações de leite em pó integral e desnatado para o Brasil. As firmas dos dois países supracitados exportam quase a totalidade destes derivados para o Brasil, ao passo que há uma regionalização do comércio internacional destes produtos, visto que é um comércio ainda em expansão em que os países tendem a comercializar com parceiros próximos. Assim, não há concorrência de outros países, da mesma forma em que há indícios de barreiras à entrada e a baixas elasticidades preço e preço cruzado no Brasil de leite em pó. O objetivo central do presente trabalho é verificar a existência do poder de mercado nas exportações de leite em pó integral e desnatado provenientes de Argentina e Uruguai para o Brasil. Para isto, utiliza-se o modelo de demanda residual com o intuito de alcançar o objetivo e testar as seguintes hipóteses: a primeira hipótese de que a Argentina exerce poder de mercado nas exportações de leite em pó integral e desnatado para o Brasil; a segunda hipótese de que o Uruguai também exerce poder de mercado nas exportações destes derivados lácteos para o Brasil; a terceira hipótese de que, caso haja poder de mercado nas exportações de leite em pó integral, a Argentina exerça em maior grau; e por fim, a quarta hipótese de que no caso do leite em pó desnatado o Uruguai exerça um poder de mercado de maior magnitude, caso ele exista. As funções de demanda residual são estimadas por três métodos distintos: mínimo quadrado de dois estágios, seemingly unrelated regressions e mínimo quadrado de três estágios, ao passo que testes estatísticos são realizados para verificar possíveis problemas econométricos. Os dados são mensais e compreendem o período de janeiro de 2002 a julho de 2003. Os resultados das funções de demanda residual das exportações de leite em pó integral de Argentina e Uruguai para o Brasil indicam que o primeiro exerce um poder de mercado em maior magnitude que o segundo (ambos exercem poder de mercado), o que está de acordo com o equilíbrio de Cournot, visto que na média da amostra a Argentina apresenta uma maior parcela de mercado. Já com relação às funções de demanda residual das exportações de vii leite em pó desnatado a Argentina não demonstrou poder de mercado, ao passo que o Uruguai exerceu um poder de mercado significativo. Desta forma, este resultado também é coerente com o equilíbrio de Cournot, visto que na média o Uruguai apresentou maior parcela de mercado. A primeira hipótese do presente trabalho é rejeitada, já que a Argentina não exerce poder de mercado nas exportações de leite em pó desnatado para o Brasil. Por sua vez, a segunda, terceira e quarta hipóteses não são rejeitadas. Isto sugere que deveria haver maior preocupação do Brasil em buscar meios de elevar a concorrência nas importações de leite em pó, já que assim os preços tenderiam a ser menores e os consumidores se beneficiariam neste aspecto. Como a entrada de um novo país exportador nestes mercados é dificultada devido às características do comércio internacional de leite em pó, além do fato do Brasil fazer parte do Mercosul, é sugerido que o país incentive a concorrência entre os dois países (Argentina e Uruguai) e também com os produtos internos, o que demandaria maior investimento, redução de custos da matéria prima, oferta de crédito para as firmas, redução de custos que prejudicam a competitividade nacional, entre outros. Isto com o intuito de elevar a produção nacional de leite em pó e tornar o Brasil mais competitivo no cenário internacional, aumentando a concorrência com as importações e tendendo a reduzir os preços.