Efeitos da filtragem ambiental e de uma seca extrema experimental na diversidadede formigas em florestas tropicais
Ano de defesa: | 2024 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Viçosa
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://locus.ufv.br/handle/123456789/33686 https://doi.org/10.47328/ufvbbt.2025.084 |
Resumo: | A Amazônia e a Mata Atlântica constituem dois dos mais importantes centros de biodiversidade do mundo. As comunidades de formigas contribuem para a resiliência e estabilidade dessas florestas, e a presença dessas espécies pode ser influenciada por diversos fatores ambientais através do processo de filtragem ecológica. O primeiro capítulo desta tese tem como objetivo investigar a influência de fatores ambientais na diversidade de formigas da Mata Atlântica. Embora a filtragem ecológica constitua um processo natural e esperado, afetando vários aspectos da biodiversidade, ela está sujeita a modificações por atividades antropogênicas, como eventos de seca, que são previstos de se tornarem mais frequentes e prolongados na região amazônica. Portanto, no segundo capítulo desta tese, investigamos se esses eventos de seca extrema levam a mudanças na diversidade filogenética da comunidade de formigas da Floresta Amazônica. Para o primeiro capítulo, usamos um conjunto de dados de 63 locais de amostragem ao longo da Mata Atlântica para explorar a influência de 31 variáveis ambientais na composição da comunidade de formigas. Para o segundo capítulo, extraímos métricas filogenéticas de comunidades de formigas amostradas em uma área de seca contínua induzida na Floresta Amazônica. Nossos resultados demonstram que, enquanto as variáveis climáticas explicam parte da distribuição espacial da diversidade de formigas da Mata Atlântica, são fatores edáficos que emergem como a influência mais dominante, mas o efeito sinérgico supera a influência de qualquer uma isoladamente. A precipitação durante o mês mais seco e o teor de argila são os fatores com maior importância na distribuição da composição de formigas. Portanto, tanto as mudanças climáticas quanto as atividades de uso da terra representam uma ameaça à diversidade de formigas. Nossos resultados demonstram que a seca reduziu a riqueza filogenética de todas as subfamílias, mas não selecionou espécies mais próximas filogeneticamente. Embora tenhamos observado uma diminuição geral na riqueza e abundância de espécies, houve uma ampla variedade de respostas, inclusive dentro de um mesmo gênero. As métricas filogenéticas da comunidade de controle exibiram variação temporal gradual, enquanto a comunidade sob seca apresentou picos, oscilando entre valores baixos e altos, o que pode ser atribuído à amostragem estocástica como consequência da perda de espécies. Essas mudanças imprevisíveis poderiam levar à diminuição da resiliência e desestabilizar a estrutura e função da comunidade. Devido à distribuição variada de respostas ao longo da filogenia, sugerimos que a hipótese de conservadorismo de nicho (a tendência de espécies filogeneticamente próximas responderem de maneira semelhante às pressões ambientais) não se aplica a essas comunidades de formigas e pode não ser um preditor confiável de respostas a eventos de seca para as formigas amazônicas. Nesta tese nós abordamos os efeitos de fatores ambientais naturais e antropogênicos em escalas macro e locais sobre as formigas da Amazônia e Mata Atlântica, demonstrando como as mudanças climáticas e as atividades de uso da terra representam ameaças a biodiversidade das formigas e sugerimos que o conservadorismo de nicho pode não auxiliar a predição de respostas dessas comunidades a eventos de seca. Palavras-chave: Comunidades de formigas; Mudanças climáticas ; Beta diversidade ; Diversidade das florestas tropicais; Macroecologia; Diversidade taxonômica; Diversidade Filogenética. |