Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Gandra, Lailla Cristina |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Viçosa
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://locus.ufv.br//handle/123456789/27281
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Resumo: |
A maioria das espécies vegetais cultivadas e utilizadas pelo homem é susceptível às formigas-cortadeiras, as quais cultivam o fungo Leucoagaricus gongylophorus como fonte de suprimento alimentar. Para manter o fungo viável, as formigas utilizam de uma gama de substratos que são constantemente renovados. No entanto, essas formigas são capazes de refinar a escolha dos vegetais, por que percebem diferenças mínimas nas folhas. O forrageamento é uma tarefa de grande importância na vida da colônia e envolve uma série de comportamentos que se diferem consistentemente e se moldam dependendo do contexto em que estão inseridas. Estas diferenças comportamentais, se consistentes ao longo do tempo, são definidas como personalidade e potencialmente afeta o forrageamento da colônia. Diferentes personalidades podem interferir também na rede de interação entre as operárias e suas redes sociais. Assim, estressores que modifiquem aspectos comportamentais da vida das colônias de formigas-cortadeiras potencialmente vertem-se em ferramentas alternativas para o manejo desses indivíduos. Neste cenário, o objetivo deste trabalho foi: 1) reconhecer e traçar a personalidade das colônias de formigas quenquéns das subespécies Acromyrmex subterraneus subterraneus e Acromyrmex subterraneus molestans e possíveis alterações desta após provimento de um substrato considerado danoso à colônia como as folhas de chaguinha (Tropaeolum majus L. Tropaeolaceae); 2) reconhecer as redes sociais nessas colônias, seus pontos centrais e contrastar as redes encontradas sob diferentes recursos alimentares; e 3) avaliar a toxicidade da quercetina, material advindo do fracionamento de folhas de chaguinha, às operárias dessas duas subespécies de cortadeiras e ao fungo simbionte. Para tanto, as colônias foram mantidas em laboratório a 25±5°C, 75±5 U.R. e 12:12 (L:E). Cinco dimensões da personalidade foram avaliadas, a saber: agressividade, atividade, atrevimento, exploração e sociabilidade. Estas dimensões foram avaliadas através do número de ações realizadas em bioensaios explorando cada uma das dimensões. A variação da personalidade foi determinada principalmente como resultado das colônias, não das subespécies. Verificou-se, ainda, sua alteração mediante o provimento de folhas de chaguinha, e redução da viabilidade do fungo simbionte. As redes sociais foram formadas a partir da contagem das interações dos indivíduos de cada grupo de operárias após o encontro de dois estímulos: material vegetal e presença de indivíduos heteroespecíficos. As redes apontam as castas forrageadora e lixeira como as mais centrais nas redes e a casta das babás ou jardineiras como a mais periférica em ambos os tratamentos. Os números de interações entre as castas após o oferecimento de capuchinha foram menores. Sabendo da capacidade de chaguinha de alterar o comportamento das operárias e de reduzir a viabilidade do fungo, a quercetina, material obtido do fracionamento de suas folhas, foi diluída em dieta de água e mel na concentração de 5 mg/mL. A quantidade de 1mL de dieta acrescida com quercetina foi oferecida às operárias e alcançou mortalidade de 100% ao longo de três dias. O material ainda foi testado contra o fungo isolado em placa de Petri; no entanto, não apresentou efeitos significativos em sua inibição. Este trabalho mostrou que chaguinha é capaz de alterar a personalidade das colônias, interferir nas redes sociais e causar mortalidade de operárias, figurando, portanto, entre as espécies vegetais promissoras no controle de formigas-cortadeiras. |