Ação da própolis sobre a fermentação ruminal

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2002
Autor(a) principal: stradiotti Júnior, Deolindo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/11073
Resumo: A tese compõe-se de três capítulos. O primeiro versa sobre a ação da própolis in vitro na atividade específica de produção de amônia (AEPA) ou atividade de desaminação de aminoácidos e na fermentação ruminal em bovinos. A AEPA foi determinada utilizando-se líquido ruminal e tampão de McDougall (1:4) contendo diferentes níveis de extrato de própolis e excesso de caseína hidrolisada. No estudo da ação da própolis in vivo sobre a fermentação ruminal e AEPA, foram utilizados quatro novilhos Holandeses, em dois períodos experimentais, alimentados com dieta contendo 35% de concentrado, submetidos aos tratamentos controle e com extrato de própolis. O extrato de própolis obtido com etanol a 70% em água foi mais eficiente in vitro que a 99,5%, obtendo-se valores de até 78% de inibição da AEPA em relação ao controle. O extrato de própolis não afetou o consumo de matéria seca, o pH, as concentrações de amônia e de proteína microbiana e as proporções molares dos ácidos graxos voláteis (AGV), acético, propiônico e butírico no líquido de rúmen. Entretanto, o extrato de própolis aumentou a concentração de AGV totais e inibiu a AEPA pelos microrganismos ruminais, indicando que, apesar de não ter reduzido o nível ruminal de amônia, existe o potencial deste efeito ocorrer em outras situações, como em dietas contendo alta taxa de proteína degradável/carboidrato fermentescível, observado em pastagens novas de gramíneas ou pastagens de gramíneas consorciadas com leguminosas. No segundo capítulo, procurou-se avaliar a ação do extrato de própolis sobre a fermentação in vitro de diferentes alimentos pela técnica de produção de gases. Dois experimentos foram realizados. No primeiro experimento, incubaram-se 100 mg de matéria seca de feno de brachiária moído, em ausência (0,2 mL de solução alcoólica a 70% em água) ou presença de 0,2 mL de extrato de própolis (extração de 3 g de própolis em pedra triturada para cada 10 mL de álcool a 70%, durante dez dias, posteriormente diluída para 50% da mesma). O extrato de própolis, quando comparado ao tratamento controle, reduziu a produção final total e a produção final de gases para carboidratos fibrosos. A taxa de digestão específica para carboidratos fibrosos e carboidratos não-fibrosos foi superior quando se utilizou o extrato de própolis. A redução da produção total de gases pode ser atribuída ao efeito da própolis em aumentar a concentração molar de propionato, com conseqüente diminuição da relação acetato:propionato. No segundo experimento, procurou-se avaliar diferentes diluições de extrato de própolis (0; 13,7; 33,3; e 66,7%), em analogia à monensina sódica, adicionada para atingir 5,0 μM como concentração final nos tubos de incubação. Observou-se efeito significativo de tratamento, alimento e interação alimento:tratamento sobre o volume de gás proveniente dos carboidratos fibrosos e não-fibrosos. Não houve efeito do menor nível de própolis (13,7%) sobre nenhuma das dietas avaliadas, para volume final de gases oriundos tanto dos carboidratos fibrosos quanto não-fibrosos. Entretanto, o maior nível (66,7%) mostrou-se eficiente diante de todas as dietas, para ambos os carboidratos, inclusive suplantando a monensina na maioria das vezes, quanto à menor produção final de gases. Avaliou-se, no terceiro capítulo, a ação da própolis in vivo sobre o consumo, a fermentação ruminal e atividade específica de produção de amônia (AEPA) em seis cabras estabuladas. Esses animais, fistulados no rúmen, foram submetidos a uma dieta contendo 67% de silagem de milho e 33% de concentrado, fornecida ad libitum, três vezes ao dia (8, 12 e 16 h). Testaram-se níveis semanais crescentes de própolis (0,0; 0,5; 1,0; 2,0; 4,0; e 8,0 gramas de própolis/cabeça/dia), advindos da própolis bruta ou do extrato alcoólico a 70% em água. Para compor um terceiro tratamento, utilizaram-se níveis crescentes de monensina na forma de Rumensin® (0, 11, 22, 33, 44 e 55 mg de monensina/kg de matéria seca consumida). Os tratamentos com a presença de própolis e monensina não afetaram o consumo de matéria seca, o pH e a amônia ruminais. Entretanto, embora não-significativa, houve redução de 21,1 e 12,2% no consumo de matéria seca, respectivamente, para monensina e própolis bruta. Não houve efeito significativo dos tratamentos sobre a AEPA. Observou-se, no entanto, tendência de o extrato de própolis suplantar a monensina em potencialidade para inibir a AEPA (19,7% mais eficiente) pelos microrganismos ruminais. Os tratamentos com própolis e monensina não afetaram (P>0,05) os teores dos ácidos acético, propiônico e butírico no total de ácidos graxos no líquido ruminal. Entretanto, foi possível evidenciar redução do teor de acetato (14,6%) e aumento do propionato (44,53%), pelo uso da monensina em relação ao tratamento controle, e acréscimo do teor de propionato (24,8%), pelo uso da própolis bruta. De modo geral, a falta de efeito estatístico foi devida à limitação do número de animais.