Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2017 |
Autor(a) principal: |
Valente, Flávia Xavier |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Viçosa
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/21196
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Resumo: |
O óleo de coco virgem (Cocos nucifera L.) tem sido promovido pela mídia comercial como um alimento capaz de auxiliar o tratamento da obesidade devido ao seu alto conteúdo de ácidos graxos de cadeia média (AGCM). Estes ácidos graxos são absorvidos e metabolizados mais rapidamente do que os ácidos graxos de cadeia longa, e, por este motivo são menos armazenados no tecido adiposo. Além disso, os possíveis mecanismos envolvidos na ação dos AGCM no controle da adiposidade corporal podem estar relacionados ao aumento do gasto energético e controle do apetite, favorecendo a perda de gordura corporal e manutenção de um perfil metabólico adequado. Porém, poucos estudos até o momento avaliaram os efeitos do óleo de coco virgem no manejo do peso corporal e nos mecanismos relacionados ao seu efeito. Os objetivos deste estudo foram avaliar o consumo do óleo de coco virgem no controle da obesidade e nos marcadores cardiometabólicos de mulheres obesas. Participaram deste ensaio clínico controlado, duplo-cego e randomizado mulheres obesas (IMC 26 - 35kg/m2 e percentual de gordura corporal >30%) com idade entre 20 e 40 anos que foram aleatoriamente alocadas no grupo controle ou no grupo óleo de coco. Foi prescrita uma dieta de restrição calórica (-500 kcal/dia), que incluía 25mL de óleo de soja (controle) ou óleo de coco virgem no café da manhã. A intervenção dietética teve duração de nove semanas consecutivas. No primeiro e último dias da intervenção, foram realizadas medidas antropométricas e de composição corporal, além da avaliação das taxas de metabolismo energético, sensações subjetivas de apetite e dos marcadores de risco cardiometabólicos, em jejum e nas 4 horas pós-prandiais. O consumo alimentar foi avaliado ao final de cada dia de intervenção. Os resultados obtidos no estudo estão apresentados em três artigos, sendo o primeiro com dados da intervenção aguda e o segundo e terceiro com dados da intervenção crônica. Artigo 1: Acute coconut oil consumption does not affect energy expenditure and cardiometabolic risk markers but positively affects subjective appetitive sensations in obese women - Quarenta e duas mulheres com média de IMC 30.8 ± 0,5 kg/m2 e de percentual de gordura corporal 46,9 ± 0,7% participaram do estudo. O consumo agudo do óleo de coco virgem não afetou o gasto energético e a oxidação de lipídios, mas reduziu a sensação subjetiva de fome, principalmente nas duas primeiras horas pós-prandiais, e a vontade prospectiva de se alimentar. Porém, não houve redução do consumo alimentar após a ingestão do óleo de coco. O óleo de coco virgem também não afetou as concentrações séricas dos marcadores de risco cardiometabólicos e o funcionamento hepático. Os resultados sugerem que o controle do apetite pode ser o mecanismo proeminente pelo qual o óleo de coco está relacionado ao controle da obesidade. Não houve influência do consumo deste óleo no metabolismo energético ou na melhora do perfil de risco cardiometabólico. Artigo 2: Virgin coconut oil consumption does not improve weight loss and cardiometabolic risk profile of obese women following energy restricted diet - Trinta e oito mulheres obesas (46,5 ± 0,6 % de gordura corporal) participaram deste estudo. Após nove semanas do consumo do óleo de coco virgem, as concentrações séricas de ácido láurico e mirístico aumentaram. Ainda, houve redução do peso corporal, IMC, das circunferências da cintura, do quadril, do pescoço, da coxa e do braço, do diâmetro abdominal sagital e da gordura corporal em ambos os grupos. Porém, somente no grupo controle foi observado redução do percentual de gordura androide. Houve diferença entre as mudanças das concentrações de HDL-c após o período de intervenção devido à redução das concentrações de HDL-c no grupo controle. Os resultados sugerem que o consumo crônico de óleo de coco virgem não melhora os benefícios causados pela dieta de restrição calórica em relação ao perfil antropométrico e à composição corporal. Além disso, este óleo não altera os marcadores de risco cardiometabólico após nove semanas de consumo. Artigo 3: Virgin coconut oil chronic consumption does not improve energy metabolism, subjective appetitive sensations and food intake in obese women following energy restricted diet - Participaram deste estudo trinta e oito mulheres obesas (46,5 ± 0,6 % de gordura corporal). Após o período de intervenção, a oxidação de lipídios aumentou e a oxidação de carboidratos diminuiu no grupo controle. O óleo de coco virgem não aumentou o gasto energético basal, pós-prandial e a termogênese induzida pela dieta. Porém, houve maior sensação subjetiva de fome após o consumo do óleo de coco virgem sem, no entanto, afetar o consumo subsequente de energia e macronutrientes. Estes resultados sugerem que o consumo diário de óleo de coco virgem não melhora o metabolismo energético e o consumo alimentar. Em contrapartida, aumenta a sensação de fome em mulheres obesas que seguem uma dieta de restrição calórica. De forma geral, os resultados impõem-nos cautela quanto ao uso do óleo de coco virgem no tratamento da obesidade. No momento, nós desencorajamos a prescrição deste óleo como adjuvante no tratamento da obesidade. |