Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2016 |
Autor(a) principal: |
Siqueira, Nathane Pais |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Viçosa
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/11156
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Resumo: |
O óleo de coco virgem (Cocos nucifera L.) apresenta composição diferenciada dos demais óleos, com maiores proporções de ácidos graxos saturados (SFA), sendo a maior parte ácidos graxos de cadeia média (AGCM). Desses, a maior proporção é representada pelo ácido láurico (C12:0), seguida pelo ácido mirístico (C14:0). Essa composição diferenciada está relacionada a diferenças em sua absorção e metabolismo no organismo. Contudo, os estudos não são claros quanto à quantidade desse óleo que deve ser ingerida por dia. Dessa forma, o objetivo desse trabalho foi avaliar os efeitos metabólicos da substituição da fonte lipídica da dieta por óleo de coco virgem em ratas Wistar. Foi realizado um experimento laboratorial e foram utilizados 32 animais, aleatoriamente divididos em 4 grupos experimentais (n=8). Durante 10 semanas os animais receberam dietas normolipídicas, que diferiam de acordo com a fonte lipídica utilizada, sendo, G1 – controle AIN-93M, óleo de soja; G2 – substituição de 10,4% do total de lipídeos por óleo de coco; G3 – substituição de 50% do total de lipídeos por óleo de coco; G4 – substituição de 95% do total de lipídeos por óleo de coco. Ao final do período experimental, não foram observadas alterações nos parâmetros antropométricos advindos do consumo de óleo de coco (p>0,05), contudo, em G3 houve elevação das concentrações séricas de triglicerídeos, comparado aos demais grupos que receberam óleo de coco (p=0,004). Além disso, no tecido hepático dos animais de G4 foram encontrados maiores teores de ácido cáprico (C10:0) e de ácido mirístico, em comparação a G2 (p=0,002) e a G1 e a G2 (p<0,001), respectivamente. As quantidades de SFA total foram maiores nos grupos G3 e G4, em comparação com os demais grupos (p=0,002). Com relação aos diferentes tecidos adiposos, o tecido adiposo intra-abdominal apresentou maiores concentrações de C10:0 em G3 e G4 (p<0,001). Nos tecidos adiposos mesentérico e perirrenal, foram observadas maiores concentrações desse ácido graxo em G4, seguido por G3 (p<0,001 e p=0,001, respectivamente). As quantidades de C14:0 também foram maiores em G3 e G4 nos tecidos adiposos intra-abdominal (p<0,001) e perirrenal (p=0,001), em comparação aos demais grupos. Já no tecido adiposo mesentérico, esse ácido graxo apresentou-se aumentado em G4, seguido por G3 (p<0,001). A quantidade de SFA total foi maior em G4 nos tecidos adiposo intra- abdominal (p<0,001), mesentérico (p=0,008) e perirrenal (p=0,005). O consumo de óleo de coco também elevou as concentrações das citocinas pró-inflamatórias IL-1β (p=0,039) e IL-12 (p=0,014). Além disso, foi possível observar maior atividade da enzima catalase nos grupos que receberam óleo de coco (p<0,001) e redução de Malondialdeído em G3, em comparação a G1 (p=0,021). Assim, conclui-se que, apesar do consumo de óleo de coco, em uma dieta normolipídica, aumentar a atividade da enzima catalase e reduzir a peroxidação lipídica, a substituição de maiores quantidades dos lipídeos da dieta por óleo de coco pode elevar as concentrações plasmáticas de triglicerídeos, bem como levar ao maior acúmulo de C10:0, C14:0 e SFA total, tanto no fígado quanto nos diferentes tecidos adiposos. Esses resultados, associados ao aumento das concentrações de citocinas pró-inflamatórias no tecido adiposo, ressaltam que o consumo desse óleo deve ser realizado com cuidado e atenção e, portanto, mais estudos se fazem necessários para determinação da quantidade adequada a ser consumida. |