Avaliação da microbiota intestinal e de marcadores de oxidação lipídica em ratas Wistar alimentadas com óleo de coco virgem (Cocos nucifera L.)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Dias, Mariana de Moura e
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/21194
Resumo: Introdução: O óleo de coco diferencia-se em relação aos demais óleos vegetais em função de suas possíveis propriedades de redução do LDL-colesterol e dos triglicerídeos, de aumento do HDL-colesterol e de atuação no emagrecimento. A microbiota intestinal, por sua vez, se destaca devido à sua possível participação na regulação do metabolismo corporal, sendo sua composição influenciada pela quantidade e pelo tipo de lipídeo consumido. Objetivo: Avaliar os efeitos do consumo de três diferentes concentrações de óleo de coco virgem sobre a microbiota intestinal e sobre a expressão de marcadores de oxidação lipídica. Metodologia: Tratou-se de um estudo experimental controlado, com duração de 10 semanas, em que 32 ratas fêmeas Wistar foram divididas em quatro grupos, com oito animais em cada: Grupo controle (G1 – consumo de 100% da fonte lipídica da dieta proveniente de óleo de soja); Grupo teste 1 (G2 – consumo de 10,4% da fonte lipídica da dieta proveniente de óleo de coco virgem); Grupo teste 2 (G3 – consumo de 50% da fonte lipídica da dieta proveniente de óleo de coco virgem); e Grupo teste 3 (G4 – consumo de 95% da fonte lipídica da dieta proveniente de óleo de coco virgem). A avaliação da caracterização da microbiota intestinal foi feita com o auxílio da metodologia de Flow Cytometry-Fluorescent In Situ Hybridization. Através de metodologias específicas, determinaram-se a excreção fecal de ácidos graxos de cadeia curta e o perfil lipídico fecal. Para avaliação da expressão gênica hepática dos marcadores de oxidação lipídica, utilizou-se a metodologia de real time PCR. Resultados: O estudo apresentou um poder de 99,5%. Com relação à caracterização da microbiota intestinal, houve redução nas populações de Clostridium histolyticum e de bactérias totais no grupo G4 em relação ao G1 (p = 0,007 e p = 0,018, respectivamente para Clostridium histolyticum e bactérias totais) e no grupo G4 em relação ao G2 (p = 0,001 e p = 0,046, também para Clostridium histolyticum e bactérias totais, respectivamente). Diferentemente dos demais, o G4 diferiu-se em relação à distribuição dos grupos bacterianos, com redução na população de Clostridium histolyticum em relação à população de Bacteroides-Prevotella (p = 0,006). Quanto à excreção de ácidos graxos de cadeia curta, observou-se redução na excreção de ácido acético, após o período experimental, em todos os grupos, bem como se verificou diferença na excreção de ácido butírico entre os grupos G3 e G4 (p = 0,0038). Quanto ao perfil lipídico fecal, observaram-se maior excreção de ácido mirístico no G1 (p = 0,001) e maior excreção de ácido miristoleico no G4 (p<0,001). Não foram encontradas diferenças significativas na expressão hepática dos genes PPAR-α e CPT-1, nos diferentes tratamentos. Conclusões: Os resultados indicaram que o óleo de coco virgem tem potencial para modular positivamente a microbiota intestinal em relação ao filo Firmicutis, o que é interessante, uma vez que indivíduos obesos apresentam maior proporção desse filo. Contudo, não foi possível determinar qual a melhor concentração a ser consumida de óleo de coco virgem para obter benefícios relacionados à modulação da microbiota intestinal e do metabolismo lipídico.