Fungos e bactérias associados às podridões pós-colheita de rizomas de gengibre no Espírito Santo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Moreira, Silvino Intra
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
BR
Etiologia; Epidemiologia; Controle
Mestrado em Fitopatologia
UFV
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://locus.ufv.br/handle/123456789/4385
Resumo: O rizoma de gengibre (Zingiber officinale R.) constitui uma das especiarias mais importantes do mundo devido ao uso como matéria-prima na indústria de alimentos, fármacos e cosméticos. A exportação do gengibre brasileiro tem aumentado nos últimos anos apesar dos danos decorrentes das podridões de rizomas. Ainda são desconhecidos os principais agentes etiológicos associados às podridões pós-colheita de gengibre no Brasil, requisito para o desenvolvimento de um programa de manejo integrado de doenças. O presente trabalho teve como objetivo realizar um levantamento de fungos e bactérias associados às podridões pós-colheita de rizomas de gengibre. Rizomas com sintomas de podridões foram amostrados em 2006 e 2009, em Santa Leopoldina, ES e em Santa Maria de Jetibá, ES, em packinghouse. Outra amostragem foi realizada em 2008, em Santa Leopoldina, ES, em cinco propriedades rurais, durante a colheita. As amostras foram encaminhadas ao departamento de Fitopatologia da UFV, para isolamento, identificação e testes de patogenicidade de fungos e bactérias. Em packing-house, constatou-se a presença de Acremonium murorum, Acrostalagmus luteo-albus, Fusarium graminearum, Fusarium oxysporum, Lasiodiplodia theobromae e Sclerotium rolfsii, e todos estes foram capazes de causar podridão em rizomas. Na coleta em campo, verificou-se a incidência média nos rizomas de gengibre de 74% de F. oxysporum, 31% de F. graminearum, 21% de Fusarium solani, 5% de Nigrospora oryzae, 6% de Fusarium semitectum e de Nigrospora sphaerica, 4% de Alternaria tenuissima, 3% de Penicillium commune, Verticillium sp. (1) e Verticillium sp. (2), 2% de A. luteoalbus, Aspergillus niger, Chaetomium sp. e Epicoccum sp., e 1% de Curvularia geniculata e Mucor hiemalis, para as cinco propriedades amostradas. Os fungos capazes de causar podridões em rizomas coletados em campo foram A. luteo-albus, F. graminearum e F. oxysporum. A ocorrência de F. graminearum foi considerada de grande importância, pois esta espécie é conhecidamente produtora de micotoxinas. Nesta amostragem, foram identificadas bactérias causadoras de podridão-mole em 5% dos rizomas de gengibre, 4 isolados identificados como viii Enterobacter cloacae subsp. cloacae e 1 isolado identificado como Pseudomonas fluorescens. Enterobacter cloacae subsp. cloacae indicou uma provável contaminação de origem fecal. Registra-se como a primeira ocorrência, no mundo, de Fusarium graminearum e de Pseudomonas fluorescens causando podridão em rizomas de gengibre, e a primeira ocorrência, no Brasil, de Acremonium murorum, Acrostalagmus luteo-albus, Lasiodiplodia theobromae e Sclerotium rolfsii causando podridão em rizomas de gengibre.