Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2015 |
Autor(a) principal: |
Faria, Franciane Rocha de |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Viçosa
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/7295
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Resumo: |
A adolescência é o período de transição da infância para a idade adulta e de acordo com as modificações físicas e psicológicas, pode ser dividida em três fases distintas: inicial (10 a 13 anos); intermediária (14 a 16 anos) e tardia (17 a 19 anos). O excesso de adiposidade e a resistência insulínica estão associados a alterações endócrinas e ao perfil inflamatório e trombogênico, podendo aumentar o risco cardiometabólico em adolescentes. Diante do exposto, objetivou-se avaliar a relação dos níveis hormonais com os fatores de risco cardiometabólico, considerando as três fases da adolescência. Trata-se de um estudo epidemiológico, de corte transversal, realizado com adolescentes de 10 a 19 anos, de ambos os sexos, estudantes de escolas públicas e privadas, das áreas urbana e rural, do município de Viçosa-Minas Gerais. Os adolescentes foram selecionados por amostragem aleatória simples, considerando o sexo, a fase da adolescência e os critérios de inclusão do estudo. Aferiu-se o peso e a estatura, classificou o estado nutricional utilizando-se o índice de massa corporal (IMC)/idade, conforme proposto pela Organização Mundial da Saúde. O percentual de gordura corporal foi estimado utilizando bioimpedância elétrica tetrapolar vertical com oito eletrodos táteis e classificado segundo Lohman. Aferiu-se os perímetros da cintura (PC) e do quadril (PQ) e calculou-se as relações cintura-estatura (RCE) e cintura-quadril (RCQ). Realizou-se dosagens do perfil lipídico, glicemia de jejum, insulina, ácido úrico, proteína C reativa ultrassensível (PCR-us), testosterona total (TT), globulina ligadora de hormônios sexuais (SHBG), hormônio do crescimento (GH) e fator de crescimento semelhante à insulina I (IGF-I). Calculou-se o Homeostasis Model Assessment-Insulin Resistance (HOMA-IR) e aferiu-se a pressão arterial. Quantificou-se a expressão do ácido ribonucleico-mensageiro (mRNA) do inibidor do ativador do plasminogênio 1 (PAI-1) pela técnica Real-Time Polymerase Chain Reaction. Utilizou-se os programas estatísticos SPSS for Windows®, versão 17.0, STATA®, versão 11.0 e SigmaPlot® for Windows, versão 11.0 para realizar análises descritivas, bivariadas e multivaridas dos dados, considerando nível de significância α = 0,05. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da Instituição (no170/2012). Todos os voluntários (n = 800) participaram das avaliações antropométrica, bioquímica e clínica. Do total, realizou-se a dosagem hormonal de 372 indivíduos e investigou-se a expressão do mRNA do PAI-1 de 397 adolescentes. Considerando o total de participantes (n = 800), 53,2% eram do sexo feminino; 78,7% apresentaram alterações no colesterol total e suas frações e 10,8% resistência insulínica. De acordo com os resultados das curvas ROC (Receiver Operating Characteristic Curve), o PC, PQ, RCQ e RCE foram capazes de predizer alterações, principalmente, nos níveis de triglicerídeos, insulina e HOMA- IR, nas três fases e na adolescência de modo geral (p < 0,05). Nas análises de Poisson com variância robusta, adolescentes com altos valores para as medidas e índices de localização da gordura corporal (≥ percentil 75) apresentaram maiores prevalências de alterações dos componentes da síndrome metabólica, independente do modelo de ajuste. Na análise de regressão linear múltipla em que se investigou as variáveis relacionadas à expressão do mRNA do PAI-1, encontrou-se relação positiva desse biomarcador com as fases da adolescência e relação inversa com a pressão arterial diastólica. De acordo com a análise fatorial, identificou-se quatro fatores, sendo estes relacionados à composição corporal, metabolismo glicídico, pressão arterial e dislipidemia/ eventos aterotrombóticos, os quais explicaram em torno de 70% da variância total dos dados, em cada fase da adolescência. Conforme as análises de regressão linear múltiplas, independente do ajuste, a SHBG se relacionou de forma inversa com três fatores, em ambos os sexos, principalmente, nas duas primeiras fases (p < 0,05); a TT se associou positivamente com o fator “pressão arterial”, na fase inicial, no sexo feminino, e negativamente, no masculino, com o fator “composição corporal”, nas fases inicial e intermediária, e com o fator “dislipidemia/ eventos aterotrombóticos”, na fase final (p < 0,05); o GH se relacionou de forma negativa com os fatores “composição corporal” e “dislipidemia”, em meninos, nas fases inicial e intermediária, respectivamente (p < 0,05); e o IGF-1 positivamente com o fator “metabolismo glicídico”, na fase final (p < 0,05). Com base nos resultados, concluiu-se que as concentrações de TT, SHBG, GH e IGF-I podem influenciar, positiva ou negativamente, no perfil metabólico dos adolescentes, porém ressalta-se que a maioria destas alterações está relacionada ao excesso de peso ou de gordura corporal, notadamente ao aumento da gordura abdominal, sendo esses os principais fatores de risco para doenças cardiovasculares nesta fase da vida. |