Condições de nascimento e avaliação do leucograma na adolescência: interação com o estado nutricional, composição corporal e riscos cardiovasculares

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Prado Junior, Pedro Paulo do
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/6748
Resumo: As Doenças Cardiovasculares são consideradas mundialmente um problema de saúde pública. Os fatores de risco cardiovasculares podem originar na infância, estendendo-se pela adolescência até a idade adulta e se associam aos marcadores inflamatórios, dentre estes os leucócitos. Objetivou-se avaliar as condições de nascimento, sua relação com o leucograma e situações nutricionais, composição corporal e riscos cardiovasculares nas três fases da adolescência. Trata-se de um estudo transversal, realizado com 676 adolescentes (Subamostra 1: 475) 10 a 19 anos, de ambos os sexos selecionados nas escolas do município de Viçosa-Minas Gerais. Os adolescentes foram divididos em fases do desenvolvimento: Inicial (10 a 13 anos), Intermediária (14 a 16 anos) e Final (17 a 19 anos) e classificados de acordo com o estado nutricional e composição corporal (A- Eutróficos, B- Excesso de Gordura, C- Excesso de Peso e de Gordura Corporal). O estudo foi composto por duas etapas. Na primeira avaliou-se o estado nutricional, composição corporal e perfil bioquímico dos adolescentes. Na segunda, buscou-se os dados relacionados às variáveis de nascimento desses adolescentes, nos prontuários maternos nos hospitais do município. Na adolescência, foi avaliado peso, estatura, perímetro da cintura, perímetro do quadril e se calculou as razões índice de massa corporal, relação cintura/estatura e o índice de adiposidade corporal. A avaliação da composição corporal foi realizada por bioimpedância elétrica vertical com oito eletrodos táteis InBody 230®. Avaliou-se hemograma completo, perfil lipídico, ácido úrico, glicemia, insulina, modelo homeostático de avaliação da resistência à insulina (HOMA- IR), contagem de leucócitos, pressão arterial sistólica e diastólica além de características autorrelatadas do estilo de vida e história familiar para Doenças Cardiovasculares. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisas com Seres Humanos da Universidade Federal de Viçosa (Processo n°163/20129). Como resultados observou-se que excesso de peso, de gordura corporal, perfil lipídico, comportamento sedentário, e história de DCV em familiares foram os fatores de risco cardiovasculares mais prevalentes entre os adolescentes. As adolescentes apresentaram maiores percentuais de excesso de peso, de gordura corporal e número de leucócitos. O peso e comprimento ao nascer, perímetro cefálico e torácico foram maiores entre os meninos. Quanto às fases, a inicial apresentou maior percentual de comportamento sedentário, excesso de peso, colesterol total e LDL em relação às demais. A fase final apresentou maior número de leucócitos. Indivíduos com excesso de peso e de gordura corporal apresentaram maiores números de leucócitos, alterações no colesterol total, LDL, triglicerídeos, insulina, HOMA e HDL baixo, maior propensão a desenvolver hipertensão, em relação aos eutróficos. Quanto à situação nutricional, os indivíduos dos grupos B e C, apresentaram maiores números de leucócitos. Os leucócitos totais apresentaram correlação positiva com todas as variáveis antropométricas, com os triglicerídeos, plaquetas, insulina e HOMA-IR. Os linfócitos correlacionaram-se positivamente com o colesterol total, os eosinófilos com a glicose e os monócitos com o LDL. Os basófilos não apresentaram nenhuma correlação com os fatores de risco cardiovasculares. O sexo, a fase da adolescência e as plaquetas foram preditoras independentes do aumento dos números de leucócitos em adolescentes. Os resultados demostram a relação da alteração dos valores de leucócitos com estado nutricional adverso e sua associação às alterações cardiovasculares. A elaboração de estratégias de atendimento à saúde do adolescente para identificação dos fatores de riscos cardiovasculares são ações importantes para a identificação precoce dos indivíduos em risco.