Capacidade preditiva de equações de gordura corporal em relação aos marcadores bioquímicos e clínico de risco cardiovascular, em adolescentes de Viçosa-MG

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Faria, Franciane Rocha de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
BR
Valor nutricional de alimentos e de dietas; Nutrição nas enfermidades agudas e crônicas não transmis
Mestrado em Ciência da Nutrição
UFV
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://locus.ufv.br/handle/123456789/2751
Resumo: A identificação de métodos precisos e adequados para predizerem a gordura corporal é necessária na avaliação do estado nutricional, também na adolescência, evitando que efeitos nocivos à saúde persistam na idade adulta. A identificação de equações de composição corporal, cujos resultados se relacionem com os fatores de risco cardiovascular em adolescentes torna-se relevante, uma vez que indivíduos com alto percentual de gordura corporal, em geral, apresentam componentes da síndrome metabólica. Objetivou-se verificar a capacidade de equações de gordura corporal em predizer alterações nos parâmetros bioquímicos e clínico de risco cardiovascular, em adolescentes, de ambos os sexos, na faixa etária de 15 a 18 anos. Os adolescentes foram selecionados por meio de amostragem aleatória simples, considerando o critério de inclusão: presença de menarca a pelo menos um ano (sexo feminino) e de pelos axilares (sexo masculino); não ter participado de estudos/consultas de nutrição nos últimos 6 meses; apresentar Índice de Massa Corporal (IMC)/idade &#8804; percentil 25 e IMC/idade &#8805; percentil 75 ou IMC/idade &#8805; percentil 85. De acordo com a classificação do estado nutricional agrupou-se em grupo 1 (G1) (n=140): eutróficos e grupo 2 (G2) (n=70): com excesso de peso. Aferiu-se peso, altura, perímetro braquial e pregas cutâneas. O percentual de gordura corporal foi estimado por 10 equações antropométricas e pelos equipamentos de bioimpedâncias elétricas tetra polar horizontal e vertical com oito eletrodos táteis, sendo o percentual de gordura corporal (%GC) classificado, segundo Lohman. Realizou-se dosagens séricas de colesterol total (CT), lipoproteína de baixa densidade (LDL), lipoproteína de alta densidade (HDL), triglicerídeos (TG), ácido úrico, insulina, glicemia de jejum, calculou-se o Homeostasis Model Assessment -Insulin Resistance (HOMA-IR), aferiu-se a pressão arterial e avaliou-se o nível de atividade física. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisas com Seres Humanos da Instituição. Participaram 210 adolescentes, com idade média de 16,8 ± 1,0 anos sendo 52,4% (n=110) do sexo feminino. O excesso de gordura corporal variou de 34,3 (n=72) a 87,6% (n=184), conforme a equação ou equipamento de bioimpedância elétrica utilizado. As adolescentes apresentaram maiores valores de %GC, CT, HDL, LDL, insulina, HOMA-IR e pressão arterial diastólica (PAD) (p < 0,05). Na análise das curvas ROC (Receiver Operating Characteristic Curve), para predição de alterações nos parâmetros bioquímicos e clínico de risco cardiovascular, encontrou-se que a maioria das estimativas de gordura corporal detectou alterações nas concentrações séricas de TG, HDL, insulina e HOMA-IR (p<0,01). Obteve-se alta sensibilidade, baixa especificidade, alto valor preditivo negativo e baixo valor preditivo positivo para todos os métodos de estimativa de gordura corporal em relação aos parâmetros bioquímicos e clínico no G2. Nas análises de regressão múltipla no G1 verificou-se que o %GC estimado pela equação 5 se manteve associada com TG, PAD e insulina. No G2 todos os %GC mantiveram a associação com TG, insulina e HOMA-IR, componentes da síndrome metabólica. A partir dos resultados obtidos no estudo e considerando que todas as equações antropométricas são diferenciadas por sexo, pode-se inferir que a melhor equação de composição corporal foi a desenvolvida por Wetstrate e Deurenberg (1989) (equação 9), uma vez que, na regressão múltipla, se associou com maior número de fatores de risco cardiovascular, independente do estado nutricional dos adolescentes.