Tendência secular do estado nutricional, capacidade preditiva e pontos de corte de índices antropométricos para identificar adiposidade corporal e risco cardiometabólico em adolescentes

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Morais, Núbia de Souza de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://locus.ufv.br//handle/123456789/26626
Resumo: A adolescência é um período de vulnerabilidade para ocorrência de excesso de peso. A obesidade, sendo a doença crônica não transmissível mais prevalente também entre crianças e adolescentes, está relacionada a ocorrência de complicações na vida adulta, inclusive o desenvolvimento de doenças cardiometabólicas. A antropometria é um método eficaz para avaliar a situação nutricional de indivíduos, sendo que os índices antropométricos utilizados na avaliação do excesso de peso podem ter bom desempenho na identificação de risco cardiometabólico. Sendo assim, esse estudo teve como objetivo avaliar a tendência secular do estado nutricional, a capacidade preditiva e pontos de corte de índices antropométricos (IMC, RCE, RCQ, ICo, IAC e BRI) para identificar adiposidade corporal e risco cardiometabólico em adolescentes, de acordo com o sexo e fase da adolescência. Realizou-se estudo transversal com 2369 adolescentes. Utilizou-se dados secundários de pesquisas realizadas nos anos de 2002 a 2017, em Viçosa-MG, aprovadas pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da UFV. Avaliou-se medidas antropométricas e de composição corporal, e calculou-se os índices antropométricos, Índice de Massa Corporal (IMC), Relação Cintura/Estatura (RCE), Relação Cintura/Quadril (RCQ), Índice de Conicidade (ICo), Índice de Adiposidade Corporal (IAC) e Body Roudness Index (BRI) foram calculados. Avaliou-se a pressão arterial e parâmetros bioquímicos. O risco cardiometabólico foi identificado avaliando-se o número de fatores de risco, hipertensão arterial, dislipidemia, resistência à insulina e diabetes, agrupados da seguinte forma: presença de um, dois e três ou mais fatores de risco. As análises estatísticas foram realizadas nos softwares Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) for Windows, versão 20.0 e MedCalc versão 9.3 e adotou-se como nível de significância estatística p<0,05. A maioria dos adolescentes era do sexo feminino (69,3%) e 41,1% tinha idade de 14 a 16 anos. A maioria estava eutrófica, mas 22,7% com sobrepeso/obesidade, e 1,3% com baixa estatura para idade. A maior proporção de adolescentes com obesidade (53,1%) foi observada na fase inicial da adolescência (p<0,05). Ao longo dos anos houve diminuição na prevalência de eutrofia e aumento nas prevalências de sobrepeso e obesidade. A análise das curvas ROC permitiram determinar pontos de corte para os índices avaliados, para determinar excesso de gordura corporal, de acordo com o sexo e fase da adolescência. Adolescentes com excesso de gordura corporal apresentaram prevalências superiores de fatores de risco cardiometabólico em relação aos eutróficos. Os indicadores analisados apresentaram melhor desempenho para predizer fatores de risco quando agrupados em três ou mais. Após a análise dos 15 anos, observou-se mudanças importantes no estado nutricional dos adolescentes, demonstrando que esta população está passando pela transição nutricional, com diminuição na prevalência de eutrofia e aumento nas prevalências de sobrepeso e obesidade. Confirmando a necessidade da avaliação antropométrica e acompanhamento da situação nutricional nesta faixa etária. Devido às limitações do IMC, é aconselhável a sua complementação na avaliação nutricional, com outros índices que garantam a estimativa adequada do percentual de gordura corporal e do rsico cardiometabólico. A RCE e o IAC são alternativas de fácil obtenção. O IAC, diferente da RCE, fornece uma estimativa direta do percentual de gordura corporal total, de forma que estes índices podem ser utilizados em conjunto para uma avaliação mais completa do estado nutricional.