A formação da identidade do professor de línguas: experiências, comunidades imaginadas e investimento

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Silva, Denize Dinamarque da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://locus.ufv.br//handle/123456789/27269
Resumo: A identidade de professores de línguas tem sido o foco de estudos de vários pesquisadores (BOHN, 2005; BEIJAARD; MEIJER; VERLOOP, 2011; REIS; van VEEN; GIMENEZ, 2011; NORTON, 2013). Esses estudos nos permitem compreender como as identidades são (re)construídas, percebendo a identidade como um processo contínuo. O investimento para se tornar professor também é parte importante na constituição das identidades dos professores e influencia a escolha das comunidades imaginadas (NORTON, 2000, 2013; MURPHEY; JIN; LI-CHI, 2005; KHARCHENKO, 2014). Os estudos sobre experiências de professores e estudantes, por sua vez, auxiliam-nos a compreender a complexidade que envolve o ensino e a aprendizagem de uma segunda língua (MICCOLI, 2010, 2014). A relação entre experiências e identidades nos mostra como as experiências modulam as identidades ao longo do tempo (PADULA; COELHO, 2014). A fim de investigar a construção identitária de professores em formação inicial de Letras, habilitação português-inglês, e as possíveis influências de experiências que perpassaram a sua formação para as escolhas profissionais futuras, foram analisados o investimento feito para se tornarem professores (NORTON, 2013), as experiências que contribuíram para sua formação docente (MICCOLI, 2010, 2014) e as comunidades imaginadas (NORTON, 2000) almejadas de sete professores em formação inicial, concluintes do curso de Letras. Os instrumentos para a coleta de dados foram um questionário semiaberto, uma narrativa escrita e uma entrevista semiestruturada. Os dados obtidos foram triangulados e condensados em um texto que traçou o perfil dos participantes. Contemplando a metodologia pós-estruturalista de Norton (2000, 2013) de situar os indivíduos em seus contextos sociais, as histórias dos participantes foram expostas em forma de narrativas de modo a dar voz a cada um deles ao expor as experiências ao longo de suas trajetórias, o investimento para se tornarem professores e as comunidades imaginadas almejadas. Os resultados indicam que as experiências dos professores em formação inicial no PIBIC, no PIBID, no CELIN, no NUCLI-IsF e em outros contextos de ensino contribuíram para a (re)construção da identidade docente. Em alguns casos, a proficiência linguística restrita foi um dos entraves para que os participantes iniciassem suas experiências como docentes. Além disso, os professores em formação inicial apontaram as disciplinas de línguas como uma importante oportunidade para melhorarem as habilidades linguísticas. Foi possível concluir que os futuros professores escolhem suas comunidades imaginadas tomando por base as experiências que cada um teve nos variados contextos de ensino. As comunidades imaginadas almejadas para atuação profissional foram, majoritariamente, a universidade e a escola pública. Constatou-se, também, que os professores formadores podem auxiliar os professores em formação inicial a identificarem suas comunidades imaginadas, a fim de traçarem o investimento necessário para alcançá-las. Além disso, os professores em formação inicial devem ser estimulados a se ver como futuros docentes, para que façam um forte investimento ao longo do processo de formação inicial.