Atitudes, normas subjetivas e controle comportamental percebido de uma população universitária em relação ao consumo de água: análise à luz da Teoria do Comportamento Planejado (TPB)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Gomide, Camila Sant’Anna
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/6618
Resumo: Diante do crescimento populacional e da dinâmica do consumo, esta pesquisa pretendeu estudar o comportamento do consumidor em relação à água, recurso esse que, devido ao mau uso e às condições climáticas, tornou-se insuficiente para atender à demanda da população. Analisando os contextos nos quais o comportamento de consumo de água poderia ser estudado, este trabalho teve como foco a população da Universidade Federal de Viçosa (UFV), incluindo professores, alunos e técnicos. O comportamento do consumidor foi estudado com base na Teoria do Comportamento Planejado (TPB), a qual propõe uma função de comportamento que depende de três constructos: atitudes; normas subjetivas e controle comportamental percebido. Este estudo foi de caráter eminentemente descritivo, classificando-se como estudo de campo e envolvendo abordagens quantitativa e qualitativa. A coleta de dados ocorreu nos meses de junho a julho de 2014 e, inicialmente, foram realizadas 20 entrevistas semiestruturadas com integrantes da população da UFV para diagnosticar as crenças salientes dos constructos dessa teoria. Essas entrevistas foram analisadas por meio da análise de conteúdo, a qual permitiu desenvolver categorias que deram base à construção dos questionários. Por conseguinte, realizou-se pesquisa telematizada, em que foi enviado um link do Google Docs que continha o questionário para o público responder. Esse link foi enviado por email para toda população da UFV. Obteve-se 1.152 questionários respondidos, que foram analisados com auxílio do Software R. A princípio, foram realizadas as seguintes análises: dados perdidos, outliers, normalidade, multicolinearidade, análise fatorial dos contructos e confiabilidade. Essas análises foram realizadas para compreender os dados antes que os mesmos fossem submetidos à análise descritiva e à análise fatorial confirmatória. Por meio das análises realizadas pôde-se notar que, à época da pesquisa, a população não adotava medidas para a redução do próprio consumo de água, além de que não era incentivada a fazer isso e que, por sua vez, era percebida pouca disponibilidade de informação por ix parte da UFV e dos órgãos responsáveis do município, uma vez que somente em outubro de 2014 as campanhas foram intensificadas nesse âmbito e foi implementado o racionamento de água nos bairros do município de Viçosa. Por meio da análise fatorial confirmatória foi possível diagnosticar que, ao pensar em reduzir o consumo de água, o público é predominantemente influenciado a adotar esse comportamento. Em relação às normas subjetivas, a família apareceu com maior probabilidade de incentivar a redução do consumo de água, seguida dos amigos. Segundo os participantes, os vizinhos não incentivariam essa redução. No constructo controle comportamental percebido foi possível notar uma contradição nas respostas dos participantes ao serem questionados se estímulos como campanhas, leis, reportagens interferem na redução do seu consumo de água. Essa contradição ocorreu porque os que participaram das entrevistas semiestruturadas relataram que esses estímulos os influenciariam, e os que responderam aos questionários marcaram as opções que demonstravam que esses incentivos não iriam influenciar sua redução. Pode-se pressupor que, como no momento da pesquisa o público ainda não tinha tido contato intenso com campanhas, fiscalizações e outros estímulos, ao serem questionados por meio de perguntas fechadas, a tendência é a não valorização desses meios, uma vez que a falta de água no município foi agravada em outubro deste ano. Para compreender o porquê de esses incentivos não serem percebidos pelo público sugere- se uma revisão das campanhas realizadas e aconselha-se maiores incentivos em meios de comunicação mais eficazes, uma vez que os participantes relataram que as campanhas podem ser divulgadas em meios de comunicação online, os quais ainda não são utilizados para esse fim. Por ter explorado uma área pouco estudada envolvendo a TPB e o comportamento do consumidor em relação à água, espera-se que esta pesquisa sirva de base para outros estudos, ações governamentais e para o próprio desenvolvimento de campanhas para redução do consumo de água.