Os biocombustíveis afetam a segurança alimentar no Brasil? Discussão e abordagem quantitativa
Ano de defesa: | 2014 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Viçosa
BR Ciência de Alimentos; Tecnologia de Alimentos; Engenharia de Alimentos Doutorado em Ciência e Tecnologia de Alimentos UFV |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://locus.ufv.br/handle/123456789/505 |
Resumo: | A segurança alimentar é um tema que tem sido muito discutido na literatura e mostra que diversos fatores podem afetá-la. Algumas pesquisas têm demonstrado que os biocombustíveis influenciam a segurança alimentar de forma muito próxima, mas não há um consenso se esta influência é positiva ou negativa, uma vez que a conjuntura político-econômica da região avaliada é um fator preponderante para esta afirmativa. Como forma de contribuir com a discussão deste tema tão importante e pouco explorado no Brasil, objetivou-se avaliar se a produção dos biocombustíveis etanol e biodiesel afetam a segurança alimentar da população brasileira; além da possibilidade de se estimar o Índice de Massa Corporal (IMC) da população, por meio das Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) e Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), utilizando como ferramenta as técnicas de Redes Neurais Artificiais (RNA s). Assim, identificou-se que os principais produtos alimentícios consumidos pela população brasileira são: arroz, trigo, açúcar, mandioca, feijão, óleo de soja, frango, carne bovina e leite, compondo cerca de 80% da ingestão calórica diária. Os resultados obtidos nas dimensões de segurança alimentar analisadas (disponibilidade, acesso e utilização) demonstram que existe oferta de alimentos em quantidade e preço compatíveis com o poder aquisitivo da população, em função da produção e melhoria da renda familiar dos brasileiros e que o padrão de consumo alimentar da população teve pequenas alterações, porém não significativas para comprometer o consumo. Assim, não houve ameaça à segurança alimentar da população brasileira nas cinco grandes regiões do país. Tal situação indica que a introdução do biodiesel e o fortalecimento do etanol combustível na matriz energética brasileira não promoveu nenhuma ameaça à segurança alimentar da população. A predição do IMC por meio da PNAD não foi possível, sendo observado que os valores médios e variâncias, além de toda a distribuição de frequência dos valores de cada uma das variáveis analisadas, apresentaram valores muito próximos entre si, para todas as classes de IMC e grandes regiões do país. Portanto, a aparente segurança alimentar dos brasileiros pode mascarar a insegurança nutricional que o país está vivenciando. Os instrumentos utilizados atualmente na POF não permitem a classificação das pessoas, de forma indireta, quanto ao IMC, inviabilizando o acompanhamento desta importante medida anualmente. Medidas específicas de segurança alimentar e também de variáveis intimamente relacionadas ao IMC devem ser coletadas, para o melhor monitoramento da segurança alimentar e nutricional da população brasileira. |