O Teatro do Oprimido e a resistência de Caliban: A Tempestade, de Shakespeare, e a de Augusto Boal
Ano de defesa: | 2013 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Viçosa
BR Estudos Linguisticos e Estudos Literários Mestrado em Letras UFV |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://locus.ufv.br/handle/123456789/4872 |
Resumo: | O século XX marca uma época em que escritores pós-coloniais despertam interesse por A Tempestade (1610), de Shakespeare, como capital cultural para destacar as desigualdades do encontro colonial e enfrentar os seus efeitos contemporâneos. Ao se apropriarem dessa peça, tais escritores se ocupam de uma prática politizada e atenta a questões relativas ao exercício do poder. Especialmente a personagem Caliban tem sido adotada como um ícone cultural, sendo considerada um emblema das populações nativas colonizadas. Um destes escritores é Augusto Boal, célebre dramaturgo brasileiro e criador do método do Teatro do Oprimido, que propõe uma nova maneira de fazer teatro, segundo a qual o espectador se transforma em sujeito da ação dramática ( spect-ator ). Em vista disso, uma peça de teatro, então, deve despertar o indivíduo para discutir temas relacionados a todo tipo de opressão e ensaiar ações que possam, efetivamente, modificar a vida em sociedade. Aos moldes da Estética do Oprimido, Boal se apropria d A Tempestade, de Shakespeare, e a reescreve, no exílio, em 1979, época de ditadura militar brasileira e momento bastante fecundo para retomar Caliban enquanto representante das opressões advindas deste encontro colonial. Em virtude disso, a presente dissertação se propôs a fazer um estudo comparativo, à luz da teoria pós-colonial, da figura do oprimido em A Tempestade, de Shakespeare, e na apropriação de mesmo título, realizada por Boal. Reconhecendo que a apropriação denota uma relação intertextual mais questionadora, em virtude da prática crítica que visa adotar, tomamos o texto de Boal como uma resistência às leituras convencionais do texto de Shakespeare, além de retomar um espaço textual privilegiado para abordar o problema da opressão. |