Avaliação morfofuncional do testículo de quatis (Nasua nasua, Linnaeus, 1766) adultos
Ano de defesa: | 2009 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Viçosa
BR Análises quantitativas e moleculares do Genoma; Biologia das células e dos tecidos Mestrado em Biologia Celular e Estrutural UFV |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://locus.ufv.br/handle/123456789/2314 |
Resumo: | O estudo da morfofisiologia testicular em animais silvestres e selvagens tem sido incrementado nos últimos anos, visando o desenvolvimento de protocolos em reprodução assistida, visto as constantes ameaças sobre a fauna com o crescente desenvolvimento humano. Por outro lado, algumas poucas espécies, como o quati (Nasua nasua), pertencente a ordem Carnívora e a família Procyonidae, apresentam grande adaptabilidade à condições adversas, tornando-se animais sinantrópicos, e gerando desta forma conseqüências danosas ambientais e de saúde pública. Porém, mesmo nestes casos, o conhecimento da biologia reprodutiva pode gerar estratégias de controle populacional. Dentre os conhecimentos básicos, a quantificação histológica dos componentes testiculares tubular e intertubular, além de suas correlações corporais, é um importante requisito. O principal elemento quantitativo e de destaque funcional neste compartimento são as células de Leydig, uma vez que atuam na produção de andrógenos, em especial a testosterona. Este hormônio desempenha função cabal na fisiologia gametogênica e ainda é imprescindível na modulação de características sexuais acessórias e do comportamento masculino. Neste sentido, visto a escassez de informações na literatura o presente trabalho objetiva a descrição de dados morfométrica do testículo de quatis adultos, além de caracterizar o tecido intersticial destes animais. Para isso, foram utilizados cinco quatis machos adultos, sendo um proveniente do Centro de Triagem de Animais Silvestres-UFV (CETAS-UFV), dois do Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (CRAS-MT) e outros dois do Zoológico Municipal de Alfenas-MG. Cada animal foi contido quimicamente, pesado e submetido a uma biópsia incisional testicular para coleta do fragmento e posterior processamento histológico. A massa corporal média foi de 5,58 Kg e o volume médio dos testículos de 4,75 mL, o que corresponde a 0,089 % de índice gonadossomático e 0,058 % de índice tubulossomático. A albugínea testicular representa cerca de 14,50 %, enquanto que o parênquima testicular 85,50 % do peso do testículo. O parênquima testicular é composto de 77,60 % de túbulos seminíferos e 22,40 % de tecido intersticial. O diâmetro médio da secção transversal do túbulo seminífero e a espessura média do epitélio seminífero consistem respectivamente de 230,40 e 81,24 μm. O comprimento total dos túbulos seminíferos foi de 77,11 m e o comprimento de túbulos seminíferos por grama de testículo foi de 16,08 m/g. O tecido intersticial é composto principalmente de células de Leydig (15,38 %), além de tecido conjuntivo (5,24 %), vasos linfáticos (1,15 %) e vasos sanguíneos (0,66%). As células de Leydig arranjam-se geralmente em grupos e formam cordões celulares, apresentam um diâmetro médio do núcleo de 7,73 μm, volume nuclear médio de 243,04 μm3 e volume celular médio de 1660,24 μm3. As médias do número total de células de Leydig nos testículos e número de células de Leydig por grama de testículo são, respectivamente, 391 e 81 milhões. O índice leydigossomático corresponde a 0,010 % do peso corporal. Concluí-se, com os animais em estudo, que N. nasua possui parâmetros quantitativos do compartimento tubular dentro da amplitude de dados já descritos para outros carnívoros. Quanto ao compartimento intertubular o arranjo desta espécie enquadra- se no tipo II, de acordo com dados da literatura, e a mensuração nuclear e as proporções volumétricas obtidas para as células de Leydig estão também dentro da amplitude de variação de dados expressos para outros carnívoros já estudados. |