Com a voz as crianças: um estudo sobre as representações de escola na educação infantil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Costa, Bethania de Assis
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
BR
Economia familiar; Estudo da família; Teoria econômica e Educação do consumidor
Mestrado em Economia Doméstica
UFV
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://locus.ufv.br/handle/123456789/3370
Resumo: O crescente interesse pelo estudo do conhecimento social tem gerado importantes investigações sobre as representações acerca dos diferentes aspectos da sociedade. O interesse em conhecer como as crianças constroem suas representações sobre a instituição social que frequentam cada vez mais cedo e por várias horas no dia a escola e o reconhecimento de que elas são capazes de expressar suas ideias e falar sobre sua realidade é o que move este trabalho. A problemática que apresentamos foi: Que representações as crianças entre 5 e 6 anos de idade que frequentam um ambiente tradicional e um ambiente construtivista têm sobre a escola? As hipóteses que nortearam este estudo foram que as explicações das crianças sobre a escola baseiam-se em elementos que podem ser observados diretamente no contexto escolar e que as representações que elas constroem sobre a escola sofrem influências do ambiente escolar que frequentam, portanto as crianças que frequentam um ambiente construtivista e aquelas que frequentam um ambiente tradicional constroem representações diferenciadas sobre a escola. O objetivo foi conhecer as representações de escola de crianças entre 5 e 6 anos de idade que frequentam um ambiente escolar tradicional e um ambiente escolar construtivista em Viçosa, MG. Utilizou-se o método clínico piagetiano, que tem como instrumento de coleta de dados a entrevista clínica, constituída de perguntas básicas e complementares e da possibilidade de material concreto. A amostra foi constituída de 38 crianças, com 5 a 6 anos, matriculadas em duas classes da pré-escola: uma considerada ambiente construtivista e a outra, ambiente tradicional. A análise qualitativa dos dados das entrevistas evidencia como as crianças têm uma maneira peculiar de construir suas ideias sobre a realidade social, especificamente, da escola. O modo como as crianças de ambos os ambientes escolares, construtivista e tradicional, expressam suas ideias sobre a escola se assemelha no que diz respeito à forma de compreendê-la, conceituá-la e caracterizá-la. As explicações das crianças se baseiam, praticamente, no que tem na escola, no que sentem em relação à escola e no que fazem na escola. Portanto, baseiam suas explicações nos aspectos mais visíveis da situação, que lhes são diretamente observáveis e familiares. Embora tenham sido encontradas semelhanças no modo de representar a instituição escola, foi possível verificar algumas diferenças em relação aos conteúdos das respostas e dos aspectos mais ressaltados pelas crianças do ambiente construtivista e do ambiente tradicional. A principal diferença nas representações das crianças dos dois ambientes escolares foi a ênfase dada pelas crianças do ambiente tradicional ao processo ensino-aprendizagem de conteúdos escolares, enquanto as crianças do ambiente construtivista enfatizaram o brincar e as atividades que o envolvem. Ressalta-se a importância dada pelas crianças dos dois ambientes escolares aos espaços externos e aos brinquedos, o que aponta para a necessidade que crianças têm de vivenciar experiências lúdicas na escola. Este estudo é um recorte de uma realidade sobre uma temática ampla, portanto são necessários novos estudos que busquem aprofundar e conhecer o que as crianças pensam, dizem e sentem sobre a instituição escolar, considerando suas vozes como contribuições válidas para reflexão e ação em direção às mudanças necessárias.