Estudo das representações de crianças internadas em hospital sobre o adoecimento e a hospitalização em uma abordagem piagetiana
Ano de defesa: | 2011 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Viçosa
BR Economia familiar; Estudo da família; Teoria econômica e Educação do consumidor Mestrado em Economia Doméstica UFV |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://locus.ufv.br/handle/123456789/3376 |
Resumo: | A construção do conhecimento por crianças e adolescentes tem instigado pesquisas nas mais variadas áreas. O conhecimento social é construído na interação entre o sujeito e o meio em que vive; assim, crianças e adolescentes que passam por uma experiência de hospitalização constroem conhecimento a partir de sua vivência. Quando hospitalizada, a criança é afastada de seu meio e sua realidade sofre alterações e transformações. Desta forma, além do sofrimento físico advindo da doença, a criança sofre por estar separada dos familiares, das atividades cotidianas e pelo desconhecimento do que está acontecendo consigo. Para minimizar este sofrimento são utilizadas estratégias de humanização hospitalar, como a brinquedoteca hospitalar, uma vez que a função do hospital não é apenas curar doenças, mas também promover bem-estar e qualidade de vida aos pacientes. Assim, ao buscar conhecer o que crianças hospitalizadas pensam sobre o processo de adoecimento e internação hospitalar, surgem algumas questões: Quais são as representações sobre o adoecimento e hospitalização de crianças que participam de atividades lúdicas no ambiente hospitalar? O que estas crianças pensam e sentem ao estar doentes e hospitalizadas? A fim de responder a estas questões, o objetivo desta pesquisa foi analisar as representações sobre o adoecimento e a hospitalização pela perspectiva de crianças, de 4 a 12 anos, hospitalizadas em uma instituição hospitalar que possui atividades lúdicas. Diante da natureza do problema abordado, utilizamos o Método Clínico Piagetiano, como método de coleta e análise dos dados, visando alcançar o objetivo proposto. Para isso empreendemos uma coleta de dados através das seguintes etapas: construção do instrumento de coleta de dados e realizaçao do estudo piloto, e, coleta de dados por meio da entrevista clínica. Após realizadas as entrevistas, realizamos o tratamento dos dados elaborando seis categorias: ambiente físico hospitalar, ambiente humano hospitalar, procedimentos e rotina hospitalar, adoecimento e cura, práticas lúdicas e brinquedoteca hospitalar. Posteriormente realizamos a análise dos dados, de acordo com os níveis de respostas em que os sujeitos se encontram, de acordo com a teoria piagetiana. Os resultados apontaram que a construção do conhecimento social passa por fases evolutivas, indo de níveis mais simples até os mais complexos. Nossa hipótese de que as crianças desenvolvem representações sobre o processo de adoecimento e cura, desde muito jovens, foi corroborada. Mas é importante ressaltar que uma mesma criança possui representações e diferentes níveis de compreensão, de acordo com as categorias estabelecidas. Categorias que traziam aspectos vivenciados mais negativos, como dor, espera por atendimento e más condições de instalação física, alcançaram níveis maiores de compreensão, do que categorias que não estavam relacionadas com sofrimento, por exemplo, em relação ao brincar no hospital. Conclui-se que é importante conhecer as representações das crianças para que possamos rever os procedimentos hospitalares e até mesmo as práticas humanizadoras já desenvolvidas. Ouvindo as crianças percebemos que o ambiente hospitalar não é preparado para receber crianças, pois o ambiente e a prática hospitalar refletem as necessidades adultas, sem atentar-se que as crianças têm outras necessidades tanto em relação ao espaço físico e mobiliário, quanto à forma de tratamento humano: as crianças têm direito a ser ouvidas, tem direito de saber o que está acontecendo consigo e tem de ter suas necessidades infantis respeitadas. A brinquedoteca hospitalar é um avanço, pois permite que as crianças brinquem, tenham sua auto-estima aumentada e vivenciem momentos prazerosos no hospital. Entretanto são necessárias mudanças e maiores investimentos nos programas de humanização hospitalar, para que ocorra aumento do bem-estar e qualidade de vida das crianças hospitalizadas e de suas famílias. |