Leishmaniose visceral: comportamento epidemiológico e distribuição temporo-espacial em área endêmica do Tocantins

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Silva, Karolyne Botelho Marques
Orientador(a): Santos, Márcio Galdino dos
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Tocantins
Palmas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ciências do Ambiente - Ciamb
Departamento: Não Informado pela instituição
País: BR
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11612/4231
Resumo: A leishmaniose visceral (LV) é uma enfermidade infecto-parasitária crônica, que apresenta elevada morbimortalidade e ampla distribuição geográfica. A doença apresenta grande importância na cidade de Palmas-TO, que constitui área de transmissão no estado do Tocantins, e é considerada prioritária ao desenvolvimento de estratégias voltadas ao controle desta zoonose. O objetivo deste estudo foi ampliar o conhecimento sobre os aspectos epidemiológicos da LV no município, no período de janeiro de 2002 a dezembro de 2013, a fim de fornecer dados que possam subsidiar o planejamento das ações de assistência, prevenção e controle da doença. Para tanto, realizou-se um estudo epidemiológico do tipo descritivo e quantitativo, a partir dos casos novos humanos autóctones de LV localizados na zona urbana do distrito sede, registrados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), e dos casos positivos que evoluíram ao óbito, registrados no Sistema de Mortalidade (SIM), durante o período avaliado. Foram analisadas as variáveis inerentes ao indivíduo, ao local e ao tempo de ocorrência do caso, sendo os casos positivos georreferenciados e construídos mapas temáticos a partir da estratificação epidemiológica e de imagens de satélite. As médias mensais dos casos de LV e de precipitação pluviométrica foram avaliadas para verificar a ocorrência de um possível padrão de distribuição sazonal. Observou-se uma redução significativa no número de casos da doença, ao longo da série histórica estudada, embora Palmas ainda seja considerado município de transmissão intensa, apresentando um perfil claramente urbano de transmissão, com uma maior aglomeração de casos na Região Palmas Sul e uma maior dispersão da doença no ano de 2003, possivelmente em decorrência da formação do lago da Usina Hidrelétrica - UHE Lajeado. Verificou-se que a redução do coeficiente de incidência não acompanhou uma queda na letalidade, sugerindo um diagnóstico tardio e a necessidade da intensificação da busca ativa de casos suspeitos, visando o diagnóstico precoce, o tratamento oportuno e a redução da letalidade por esta causa. O maior risco de ser acometido pela doença foi observado nas regiões periféricas da cidade, densamente habitadas por uma população de baixa escolaridade, predominantemente masculina, da cor parda, sendo as crianças menores de 10 anos as mais acometidas, evidenciando um quadro epidemiológico propício à infecção e de vulnerabilidade socioambiental.