Leishmaniose visceral em Pernambuco: a influência da urbanização e da desigualdade social

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Miranda, Gabriella Morais Duarte
Orientador(a): Medeiros, Zulma
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/3973
Resumo: A urbanização vivenciada pela população brasileira, a partir da década de 1970, contribuiu para a conformação de um processo de transição epidemiológica, com a transferência de perfis de morbi-mortalidade característicos do meio rural para o ambiente urbano. Neste contexto, encaixa-se a leishmaniose visceral (LV) e seu processo de urbanização. Em Pernambuco, o panorama da LV não é diferente. Observa-se a persistência de velhas áreas de ocorrência e surgem novos focos, estando presente em todas as regiões do seu território, fato que aponta para a necessidade de estudar a epidemiologia da LV nos municípios do estado, de forma a apreender diferenciais que expressem o risco de adoecer. Para tanto, este estudo foi constituído pelo universo dos casos novos de LV, residentes no estado de Pernambuco, no período entre 2000 e 2006. O trabalho utilizou o Sistema de Informações sobre Agravos de Notificação (Sinan) e o Censo Demográfico 2000 (IBGE), e construiu a partir de informações sócio-econômicas, um indicador de situação coletiva de risco para a ocorrência da LV em Pernambuco. Observou-se que dos 1.189 casos confirmados notificados, 1.008 eram casos novos, não mais restritos a áreas rurais ou interior do Estado, mas também em centros urbanos. O indicador de carência social demonstrou, apesar de pequena, sensibilidade na predição de áreas de risco, pois os maiores coeficientes de detecção situaram-se no estrato de alto risco (piores condições sociais). Este resultado aponta a utilização do indicador proposto como ferramenta complementar ao planejamento de ações para o controle da LV. É preciso estimular mais estudos para identificação dos fatores de risco para LV, bem como defender a qualidade dos dados do Sinan. Sabe-se da necessidade de evitar ou minimizar a expansão da doença, e para isso é fundamental incorporar novas metodologias que contribuam para o conhecimento do seu comportamento nas populações, subsidiando ações eficazes de controle e prevenção, localizando grupos prioritários em espaços determinados e assim auxiliando no planejamento das ações de controle da doença.