Distribuição espacial da leishmaniose visceral no Estado do Rio Grande do Norte, Brasil.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: CUNHA, Emmanuel de Assis.
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Campina Grande
Brasil
Centro de Saúde e Tecnologia Rural - CSTR
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA E SAÚDE ANIMAL
UFCG
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/25586
Resumo: A leishmaniose visceral é considerada uma das doenças mais negligenciadas em todo o mundo e no Brasil se concentra a maior quantidade de casos das Américas. Sabe-se que o cão é o principal reservatório da doença no ciclo urbano, assumindo papel epidemiológico importante no ciclo de transmissão da doença para o humano e outros animais. O capítulo I analisou a leishmaniose visceral canina (LVC) no estado do Rio Grande do Norte e sua distribuição espacial entre os anos de 2011 e 2018. Foram utilizados dados secundários de amostras de sangue de cães sororreagentes para LVC, fornecidos pela Subcoordenadoria de Vigilância Epidemiológica, Natal-RN. Durante o período do estudo foram constatados 24.642 animais positivos e os municípios que apresentaram os maiores casos foram Natal e Mossoró. O ano com maior ocorrência de casos foi em 2014, com 4.982 e a menor, em 2016 com 2.192. Foi detectada a presença de clusters significativos em todos os anos. Dentre os municípios, Açu, apresentou clusters nos últimos oito anos. Alguns clusters foram identificados em regiões fronteiriças ao estado do Ceará, casos de Governador Dix-Sept Rosado e Baraúnas. O estudo apresentou ampla distribuição da doença no estado e em 22,16% dos municípios não apresentaram dados, mostrando a necessidade de ações de monitoramento dos municípios visando medidas preventivas para redução do número de casos em animais. O capítulo II apresentou a importância de ferramentas espaciais no monitoramento da leishmaniose visceral humana (LVH) no Rio Grande do Norte. Foram utilizados dados secundários do período de 2011 a 2018, advindos do Sistema de Informações de Agravos de Notificação (SINAN). Foram registrados 713 casos da doença durante o período do estudo, com média de 89,1 casos/ano. Natal foi o município com maior número de casos (178 casos, com média de 18,5 casos/ano). A taxa de incidência geral foi de 2,64 casos/100.000 habitantes. Constatou que a doença esteve distribuída em quase todo o estado, 64,1% dos municípios apresentaram pelo menos um caso da doença, enquanto que em 35,9% não houve registros. Com auxílio do Terraview 4.2.2 foi realizada a análise estatística espacial através do índice de Moran, identificando clusters nos quadriênios (2011-2014 e 2015-2018), com base no p-valor igual a 0,001. As mesorregiões que apresentaram clusters de alto e baixo risco foram a Oeste Potiguar (Mossoró, Açu e Pau dos Ferros); Central Potiguar (Caicó e municípios circunvizinhos) e Agreste Potiguar (São Tomé, Barcelona, Sítio Novo e os municípios circunvizinhos a Várzea) e Pedro Velho (Leste Potiguar). Ressalta-se a importância do georreferenciamento no monitoramento de doenças negligenciadas como a LVH, onde através de uma ferramenta espacial foi possível detectar a presença de clusters em diversas localidades no estado. Espera-se que através do fornecimento das informações desse trabalho, possa auxiliar no monitoramento da LV, sendo utilizados pelos órgãos públicos no diagnóstico situacional, auxiliando em ações de promoção e prevenção à saúde no estado, além de subsídio a pesquisas relacionadas à temática.