Envelhecimento ativo entre idosos residentes na Microrregião de Saúde de Uberaba, Minas Gerais

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: OLIVEIRA, Nayara Gomes Nunes
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Triângulo Mineiro
Instituto de Ciências da Saúde - ICS::Curso de Graduação em Enfermagem
Brasil
UFTM
Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Atenção à Saúde
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://bdtd.uftm.edu.br/handle/tede/1003
Resumo: Diante da ausência de consenso científico sobre a melhor forma para mensurar o envelhecimento ativo objetivou-se descrever seus determinantes entre os idosos da Microrregião de Saúde de Uberaba e segundo sexo; mensurar a qualidade de vida (QV) dos idosos; propor um modelo estrutural de envelhecimento ativo, com base no referencial teórico da Organização Mundial de Saúde; verificar a equivalência deste modelo entre os sexos e identificar o efeito do envelhecimento ativo sobre a QV dos idosos. Estudo transversal e analítico, com 957 idosos comunitários. Procederam-se às análises: descritiva, bivariada, fatorial confirmatória e modelagem de equações estruturais. Projeto aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa, parecer nº 2.053.520. Nos determinantes comportamentais a média de itens adequados, que compuseram a variável perfil antropométrico, foi de 2,83 (±0,84), sendo maior entre os homens idosos (p=0,002). Nos hábitos de vida saudáveis (2,78±0,88; p<0,001) e nas práticas de autocuidado (2,87±1,07; p=0,020) a média foi maior entre as idosas. Houve predomínio de idosos sem indicativo de sintomas depressivos (76,3%) e declínio cognitivo (98,6%), com antecedentes familiares para doenças crônicas (84,6%), bom funcionamento dos sentidos (52,8%) e cinco ou mais morbidades (68,%). As idosas apresentaram menores escores de resiliência (p<0,001) e percentual de boa avaliação do funcionamento dos sentidos (p=0,011), maiores proporções de sintomas depressivos (p<0,001), morbidades (p<0,001) e antecedentes familiares para doenças crônicas (p=0,011). No ambiente físico, a maioria sentia-se bastante segura na vida diária (58,7%), estava satisfeita com o meio de transporte (70,5%; p=0,002) e condições de moradia (69,9%; p=0,001), com maior proporção entre as mulheres. O ambiente físico foi considerado bastante saudável pela maioria dos idosos (49,3%), em maior proporção nos homens (p=0,030). As redes sociais constituíram-se, principalmente, por familiares (3,37±2,13), sendo maior no sexo masculino (p=0,001). Houve predomínio de idosos com maior participação nas AAVD (73,9%), sendo a maior média entre os homens (p=0,005). A maioria relatou estar satisfeita com as relações pessoais (70,1%; p<0,001), atividades na comunidade (51,8%; p=0,019) e oportunidades de lazer (37,6%; 10 p=0,045), com maior proporção entre as mulheres. Nos determinantes econômicos, maior percentual possuía renda individual mensal de 1┤3 salários mínimos (85,8%; p<0,001), tinha mais ou menos dinheiro para satisfazer suas necessidades (54,9%; p=0,030), com maior proporção entre os homens. A maioria não exercia trabalho remunerado (84,0%) e maior proporção de homens idosos trabalhava em relação às idosas (p=0,013). Nos serviços sociais e de saúde, os idosos estavam satisfeitos com o acesso (61,5%; p=0,017) e nem sempre os medicamentos de uso contínuo eram ofertados pelo serviço público (48,7%; p=0,016). Maior percentual avaliou a saúde como boa (54,0%; p=0,001) e relatou que esta permaneceu igual no decorrer de 12 meses (50,3%; p=0,015), sendo maior a proporção entre os homens. Os maiores escores médios de QV foram para o domínio das relações sociais (70,12±15,4) e faceta morte e morrer (75,43±26,7), enquanto os menores, para o físico (64,41±17,1) e autonomia (69,14±15,5). O modelo final de envelhecimento ativo apresentou boa qualidade de ajuste: χ2/gl=3,50; p<0,001; GFI=0,94; CFI=0,92; TLI=0,90; PGFI=0,69; PCFI=0,73; RMSEA=0,05. A estrutura fatorial do modelo foi equivalente entre os sexos, entretanto, as cargas fatoriais, variaram significativamente (p=0,029). O envelhecimento ativo exerceu efeito direto e positivo sobre a QV (λ=0,70; p<0,001). Conclui-se que o modelo de envelhecimento ativo ajustou-se adequadamente entre os idosos deste estudo, podendo variar entre contextos, culturas e gênero. Ademais, quanto mais se envelhece ativamente, melhor a autoavaliação da QV.