Implicações das políticas educacionais nas condições de trabalho e no adoecimento/readaptação dos professores da rede estadual de São Paulo 2022
Ano de defesa: | 2022 |
---|---|
Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Triângulo Mineiro
Instituto de Educação, Letras, Artes, Ciências Humanas e Sociais - IELACHS::Curso de Graduação em Letras Brasil UFTM Programa de Pós-Graduação em Educação |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://bdtd.uftm.edu.br/handle/123456789/1467 |
Resumo: | Este trabalho teve por objetivo investigar as implicações das condições de trabalho, decorrentes das políticas educacionais, no adoecimento e readaptação de professores do Ensino Médio da rede estadual de educação do Estado de São Paulo. A partir da abordagem qualitativa, utilizamos como procedimento de coleta de dados na pesquisa de campo a aplicação de um questionário on-line divulgado nas redes sociais de grupos de professores readaptados e em grupos de aplicativo de mensagens utilizamos a pesquisa documental nas sessões do trabalho e os dados coletados foram analisados pela técnica de análise de conteúdo temática (AC). Participaram do estudo 30 professores readaptados e como resultados da nossa pesquisa, obtivemos três categorias analíticas. Na primeira categoria, “Precarização e intensificação do trabalho docente”, observamos que as condições de precarização do trabalho relacionadas a alguns aspectos como a infraestrutura das escolas, a violência no espaço escolar e principalmente os salários precarizados, incidem na intensificação do trabalho docente já que os professores passam a assumir um maior número de turmas em diferentes escolas em até três períodos, gerando uma sobrecarga de trabalho. Devemos compreender a precarização e a intensificação do trabalho docente como um processo em que estes fatores se encontram interligados, diante das condições de sucateamento, na qual o ensino público do Estado de São Paulo se encontra. A segunda categoria “O processo de readaptação dos professores do Estado de São Paulo” acompanha no relato dos participantes, o processo de readaptação que tem início com o afastamento pelo Departamento de Perícias Médicas do Estado (DPME) e posterior avaliação para readaptação provisória ou definitiva. No entanto, o sofrimento dos professores não termina com o afastamento da sala de aula, uma vez que eles precisam enfrentar os estigmas, diante dos pares, que, na maior parte das vezes, consideram a readaptação não como uma situação extrema, cujo adoecimento impossibilita o profissional da educação de realizar as atividades para as quais prestou concurso, mas sim, como um privilégio, pelo fato de não precisar mais lecionar em um ambiente adoecedor. E, por fim, a terceira categoria: “A cobrança para o aumento do IDESP” aborda o índice como um fator que impele ardilosamente a vida docente, já que que se tornou o eixo norteador do trabalho dos profissionais da educação no Estado de São Paulo. Com isso, a cobrança pelo desempenho satisfatório dos alunos no SARESP, faz com que o trabalho dos professores seja direcionado para o treinamento dos alunos para a prova, com a obrigação de atingir os índices estipulados pela SEE/SP. Observamos nesta categoria que a pressão sobre os docentes para atingirem os índices leva os professores a se culpabilizarem pelos resultados insatisfatórios, contribuindo parcialmente para o adoecimento. Concluímos neste estudo que para os docentes que participaram da pesquisa, o índice do IDESP não foi o fator principal ou exclusivo para o adoecimento e readaptação, mas que, com as condições gerais de precarização e intensificação do trabalho, a cobrança do índice pode contribuir para este processo. |