Segurança do processo transfusional em pacientes cirúrgicos de um hospital público de ensino do interior de Minas Gerais

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: GARCIA, Josiane
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Triângulo Mineiro
Instituto de Ciências da Saúde - ICS::Curso de Medicina
Brasil
UFTM
Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical e Infectologia
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://bdtd.uftm.edu.br/handle/tede/1051
Resumo: Introdução: A transfusão sanguínea é um método terapêutico eficaz, universalmente utilizado e com indicação especifica para cada hemocomponente (HC). Contudo, mesmo adotando todos os procedimentos para segurança transfusional existem riscos, sendo um deles as reações adversas imediatas, requerendo observância dos protocolos e capacitação constante das equipes. Objetivo: Avaliar a segurança do processo tranfusional em pacientes cirúrgicos de um hospital público de ensino do interior de Minas Gerais no período de outubro de 2018 a agosto de 2019. Método: Estudo exploratório descritivo, prospectivo com abordagem quantitativa. Os dados foram obtidos através do monitoramento dos registros utilizados pela equipe médica e de enfermagem, desde a solicitação do hemocomponente até 24 horas após sua instalação, a fim de avaliar o desempenho do Serviço e identificar possíveis reações transfusionais. Resultados: Foram avaliados 393 Atos transfusionais em 184 pacientes, 54,0% do sexo masculino, 53,0% brancos, 38% pardos e 9,0% pretos; 19,5% estavam na faixa etária de 18 a 39 anos, 26,5% entre 40 e 59 anos e 54% com idade igual ou maior a 60 anos. Em relação ao tipo sanguíneo do paciente transfundido o mais comum foi o tipo O com 43,0%, seguido do tipo A com 40,0%. A especialidade cirúrgica que mais indicou transfusão foi a ortopedia com 28,20% e as Unidades de Terapia Intensiva/Coronariana foram os setores que mais transfundiram (34,35%). O concentrado de hemácias foi o hemocomponente mais transfundido (61,6%). De acordo com os critérios do Protocolo de uso Racional do Sangue do HC/UFTM, foram consideradas indicações inadequadas 15% das transfusões de Concentrado de Hemácias (CH), 20% de plasma, 29,2% de plaquetas e 36,4% de crioprecipitado. O preenchimento das fichas de solicitação de hemocomponentes , do checklist da enfermagem e do livro de entrada estiveram inadequados em 88,3%, 92,8% e 69,5% respectivamente. A prescrição médica de HC não estava presente em 20,1% dos processos e em 94,9% não foi encontrado termo de ciência assinado. Foram transfundidas 1042 bolsas de hemocomponentes e identificadas 17 reações transfusionais, sendo que nenhuma destas foi reportada à Agencia Transfusional. A Reação Febril Não Hemolítica (RFNH) foi a mais frequente. Conclui-se que falhas foram identificadas em todo o processo transfusional, o qual envolve múltiplas e complexas etapas e exige um conhecimento aprofundado em terapia transfusional, tanto pela equipe de enfermagem quanto pela equipe médica. Essas etapas precisam ser seguidas conforme legislação pertinente e protocolos implementados nas instituições de saúde para minimizar a ocorrência de erros.