Evolução temporal e caracterização dos casos de sífilis congênita e em gestantes, Minas Gerais, 2007 a 2015

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: ALVES, Patrícia Iolanda Coelho
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Triângulo Mineiro
Instituto de Ciências da Saúde - ICS::Curso de Graduação em Enfermagem
Brasil
UFTM
Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Atenção à Saúde
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://bdtd.uftm.edu.br/handle/tede/482
Resumo: A sífilis é definida como uma doença infecciosa e sistêmica causada pela bactéria Treponema pallidum. A transmissibilidade ocorre por meio de contato sexual, transplantes de órgãos, ou transmissão vertical. Trata-se de uma doença evitável e de fácil diagnóstico, porém, ainda é considerada um importante problema de saúde pública devido à alta transmissibilidade e a frequentes complicações. Este estudo teve como objetivos analisar os casos notificados de sífilis congênita e sífilis em gestantes no estado de Minas Gerais entre 2007 e 2015; analisar a completude do preenchimento dos respectivos bancos de dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN); calcular a incidência e avaliar a evolução temporal da sífilis congênita e sífilis em gestantes entre 2007 e 2015. Trata-se de um estudo transversal, quantitativo e retrospectivo e também de uma análise de série temporal. O estudo foi desenvolvido com a utilização de dois bancos de dados secundários do SINAN, fornecidos pela Secretaria de Estado de Saúde (SES)/MG, referentes aos casos de sífilis congênita e em gestantes notificados no estado de Minas Gerais entre 2007 e 2015. Para análise dos dados, utilizou-se estatística descritiva, cálculos das taxas de detecção de sífilis em gestante e de incidência de sífilis congênita e modelo de regressão polinomial para análise de tendência temporal. Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa sob o parecer nº 1.777.164. Em Minas Gerais entre 2007 e 2015, houve 4.381 e 8.477 casos notificados de sífilis congênita e em gestantes, respectivamente. Observou-se que, a partir de 2011, a incidência da infecção aumentou consideravelmente. A taxa de detecção para sífilis em gestantes variou entre 0,94 a 9,82 e de incidência para sífilis congênita de 0,61 a 5,08 por 1.000 nascidos vivos no período. Na análise da incompletude de informações acerca das notificações constataram-se variáveis com registros em branco/ignorados, dificultando uma avaliação pormenorizada dos casos. Houve predomínio de gestantes jovens, 20 a 39 anos (71,4%), cor de pele parda (40,6%) e com ensino fundamental incompleto (45,9%). Os casos foram notificados em sua maioria no 3° trimestre de gestação, com classificação clínica da doença como primária e resultado reagente para o teste não treponêmico. A adesão do parceiro ao tratamento foi baixa neste estudo (22,0%). Os casos de sífilis congênita tiveram predomínio da cor de pele parda (38,7%), faixa etária de até 6 dias de vida (94,7%) e diagnóstico definitivo para sífilis congênita recente (95,2%). A minoria das mães realizou o tratamento adequadamente durante a gestação (4,6%). A série temporal entre 2007 e 2015 apresentou uma tendência crescente (p<0,05) de 0,98 casos ao ano da incidência de sífilis congênita e 0,99 casos de sifilis em gestantes no estado de Minas Gerais a partir de 2008. Conclui-se que existe uma necessidade de melhoria no preenchimento das fichas de notificação para que campos ignorados e/ou em branco se apresentem em menores proporções elevando a qualidade das informações. O número de casos notificados para sífilis em gestantes e sífilis congênita ainda é crescente e tende a aumentar, sugerindo que há necessidade de otimização na assistência à gestantee de medidas de prevenção sexual, assim como a ampliação do acesso à consulta pré-natal de qualidade e a busca ativa dos parceiros para tratamento conjunto, para que se possa alcançar a meta de erradicação da sífilis congênita.