Análise espacial e espaço temporal dos casos de sífilis em gestante e sífilis congênita nos municípios do estado de São Paulo, de 2010 a 2016

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Ruberti, Joelma Alexandra
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6143/tde-15012021-175349/
Resumo: Introdução: A sífilis é conhecida desde o século XV como causadora de grande número de mortes, permanecendo como grave problema para a saúde pública. Dados mundiais indicam aproximadamente dois milhões de casos de sífilis em gestante (SG) e, o aumento da incidência da sífilis primária e secundária na população, a baixa qualidade do pré-natal, vem refletindo no aumento da incidência de sífilis congênita (SC). As técnicas de análise espacial e espaço-temporal permitem identificar áreas de alto risco e variáveis associadas à ocorrência dos fenômenos estudados. Objetivos: Realizar revisão integrativa sobre análise espacial e espaço-temporal em SG e SC; descrever sua distribuição no estado de São Paulo; identificar aglomerados espaciais, temporais, espaço-temporais e de variação espacial da tendência temporal destes dois agravos em duas escalas geográficas: municípios do estado de São Paulo e as áreas de ponderação da capital do Estado; e modelar no espaço-tempo a ocorrência dos dois agravos nos municípios em função de variáveis socioeconômicas, demográficas, indicadores de saúde e da qualidade da assistência à saúde. Método: Trata-se de estudo descritivo e ecológico dos casos notificados de SG e SC nos municípios do estado de São Paulo, entre 2010 e 2016. Foram realizadas análises para detecção de aglomerados espaciais, espaço-temporais e de variação espacial das tendências temporais para SG e SC, utilizando-se estatística de varredura. As modelagens dos dois agravos foram realizadas utilizando-se modelos Bayesianos Gaussianos latentes, abordagem INLA (aproximações de Lapace integradas aninhadas) e arquitetura espaço-temporal. Resultados: A revisão integrativa apontou que, entre 2010 e 2020, cinco artigos abordaram as temáticas de análise espacial e espaço-temporal na SG e SC. Entre 2010 e 2020 e em todo o estado de São Paulo, as taxas de detecção de SG quadruplicaram e de incidência de SC triplicaram. As taxas brutas e Bayesianas para os dois agravos calculadas para os municípios, mesmo tendo apresentado comportamento heterogêneo, também se mostraram crescentes com o passar do tempo. Na análise com estatísticas de varredura, foram identificados, tanto entre os municípios do Estado, como entre as unidades de análise da capital paulista, aglomerados temporais, espaciais, espaço-temporais de alto risco para SG e SC. As modelagens Bayesianas espaço-temporais confirmaram o crescimento temporal das incidência de SG e SC. No modelo para SG, mostraram-se associadas positivamente à ocorrência desse agravo nos municípios, o índice de Gini, a proporção de pessoas entre 15 e 19 anos que não trabalham ou não estudam. No modelo para SC, além das duas citadas, associaram-se positivamente ao agravo a proporção de mães com pré-natal inadequado, a proporção de mães com menos quatro consultas no pré-natal, e a proporção de nascidos vivos de mães adolescentes. Conclusões: Existem, na literatura mundial, poucos estudos abordando SG e SC do ponto de vista espacial e espaço-temporal. Houve, entre 2010 e 2016, grande aumento na ocorrência de SG e SC nos municípios do estado de São Paulo. Foram identificadas áreas de alto risco para os dois agravos e variáveis associadas positivamente à sua ocorrência, achados podem contribuir para aprimoramento da vigilância e controle da SG e SC.