Incapacidade funcional e mortalidade de pessoas idosas residentes na comunidade.

• Ano de defesa: 2023
• Autor(a) principal: IKEGAMI, Érica Midori
• Tipo de documento: Tese
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade Federal do Triângulo Mineiro; Instituto de Ciências da Saúde - ICS::Curso de Graduação em Enfermagem; Brasil; UFTM; Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Atenção à Saúde
• Palavras-chave em Português: Idoso.; Atividades cotidianas.; Mortalidade.; Análise de sobrevida.; Revisão sistemática.; Aged.; Activities of daily living.; Mortality.; Survival analysis.; Systematic review.; Anciano.; Actividades cotidianas.; Mortalidad.; Análisis de supervivência.; Revisión sistemática.; CNPQ::CIENCIAS DA SAUDE::ENFERMAGEM
• Link de acesso: http://bdtd.uftm.edu.br/handle/123456789/1556

A incapacidade funcional é um interesse nas pesquisas gerontológicas, principalmente como preditora de desfechos adversos. O estudo objetivou analisar a capacidade preditiva da incapacidade funcional sobre a mortalidade entre pessoas idosas residentes na comunidade. A pesquisa apresenta duas partes: 1) revisão sistemática e 2) estudo observacional analítico. A revisão sistemática respondeu à pergunta: “A incapacidade funcional é uma variável preditora de mortalidade entre pessoas idosas residentes na comunidade?”. Foram incluídos estudos de coorte prospectivos publicados até junho de 2022, que avaliaram pessoas com idade ≥ 60 anos, de ambos os sexos, residentes na comunidade e que investigaram preferencialmente o papel preditivo da incapacidade funcional, avaliada por meio de instrumentos de atividades da vida diária, sobre a mortalidade. Foram excluídos estudos que avaliaram pessoas com condições de saúde específicas, institucionalizadas e hospitalizadas, e documentos da literatura cinzenta. A busca foi realizada nas bases de dados MEDLINE/PubMed (via U.S. National Library of Medicine), LILACS, CINAHL, Scopus e Web of Science, sem restrição de idioma, com os descritores: idoso, atividades cotidianas e mortalidade. Foi realizada a leitura dos artigos (títulos/resumos e íntegra), extração de dados e avaliação da qualidade metodológica por meio do The Newcastle-Ottawa Scale. O estudo observacional analítico incluiu a coleta de dados de uma pesquisa maior, aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos (nº1.521/2009), e o registro de óbitos de 572 pessoas idosas (≥ 60 anos), residentes na área urbana e vinculadas às Estratégias de Saúde da Família de Uberaba-MG. Foram coletados dados sociodemográficos/econômico, clínicos e de hábitos de vida. A incapacidade funcional foi avaliada por meio do Índice de Katz e da Escala de Lawton e Brody. A análise dos dados incluiu estatísticas descritivas (caracterização da amostra e ocorrência de óbitos), Curva Característica de Operação do Receptor (definição de pontos de corte para mortalidade dos escores das escalas de incapacidade funcional), método de Kaplan-Meier e regressão de Cox (determinação da capacidade preditiva da incapacidade funcional sobre a mortalidade), com α<0,05 e intervalo de confiança de 95%. Entre os 22 estudos incluídos na revisão sistemática, 20 confirmaram o papel preditivo da incapacidade funcional sobre a mortalidade, sendo considerados de boa qualidade metodológica. O estudo observacional analítico encontrou risco de mortalidade para pessoas dependentes nos itens vestir-se (p = 0,02) e transferência (p = 0,001), e dependentes totais para fazer viagens (p<0,001), compras (p<0,001), refeições (p = 0,003), trabalho doméstico (p<0,001), uso de medicamentos (p = 0,02) e manuseio de dinheiro (p = 0,001). Cada aumento na pontuação do Índice de Katz e da Escala de Lawton e Brody aumentou em 30% (p = 0,01) e diminuiu em 12% (p<0,001) o risco de mortalidade, respectivamente. Foi encontrado um ponto de corte preditivo de mortalidade apenas para a Escala de Lawton e Brody (18/19 pontos), que foi capaz de discriminar pessoas idosas com maior risco de mortalidade (p<0,001). A pesquisa fornece evidências de que a incapacidade funcional é uma variável preditora para a mortalidade, o que pode auxiliar na determinação de grupos de risco que precisam de intervenções específicas e acompanhamento.