Impacto da sintomatologia depressiva na mortalidade de idosos: evidências a partir de uma revisão sistemática e estudo observacional

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: FELIPE, Luana Rodrigues Rosseto
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Triângulo Mineiro
Instituto de Ciências da Saúde - ICS::Curso de Graduação em Enfermagem
Brasil
UFTM
Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Atenção à Saúde
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://bdtd.uftm.edu.br/handle/123456789/1710
Resumo: A sintomatologia depressiva é uma doença com crescentes prevalências e preditora de desfechos negativos em saúde, inclusive a morte. O estudo objetivou estabelecer a associação entre sintomatologia depressiva e mortalidade em idosos. A pesquisa apresenta duas partes: 1) revisão sistemática e 2) estudo observacional analítico. A revisão sistemática respondeu à pergunta: “Qual a associação entre sintomatologia depressiva e mortalidade em idosos latino-americanos? ” Foram incluídos estudos observacionais publicados até abril de 2022, que avaliaram pessoas com idade ≥ 60 anos, de ambos os sexos e que investigaram a associação entre sintomatologia depressiva e mortalidade em idosos residentes em países latino-americanos (América do Sul, América Central e México). Foram excluídos estudos que avaliaram pessoas com condições de saúde específicas, institucionalizadas e hospitalizadas. A busca foi realizada nas bases de dados PubMed, SciELO, Web of Science, Cochrane Library, Scopus e LILACS, sem restrição de idioma, com os descritores: idoso, sintomatologia depressiva e mortalidade. Foi realizada a leitura dos artigos (títulos/resumos e íntegra), extração de dados e avaliação da qualidade metodológica por meio do The Newcastle-Ottawa Scale. O estudo observacional analítico incluiu a coleta de dados de uma pesquisa maior, aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos (nº1.521/2009), e o registro de óbitos de 620 pessoas idosas (≥ 60 anos), residentes na área urbana e vinculadas às Estratégias de Saúde da Família de Uberaba-MG. Foram coletados dados sociodemográficos, econômicos e indicadores de saúde. A sintomatologia depressiva foi rastreada por meio da Escala de Depressão Geriátrica versão abreviada. A análise dos dados incluiu estatísticas descritivas (caracterização da amostra e ocorrência de óbitos), método de Kaplan-Meier, regressão de Cox (com p<0,05 e intervalo de confiança de 95%) e modelagem de equações estruturais. Foram encontradas 452 publicações e após a aplicação dos critérios de elegibilidade, cinco estudos foram incluídos na revisão sistemática, considerados de boa qualidade metodológica. Houve associação positiva entre sintomatologia depressiva a mortalidade em idosos, com 44% mais risco de óbito em idosos da América Latina com sintomatologia depressiva. O estudo observacional analítico encontrou um risco de óbito 38% maior para idosos com sintomas depressivos. Houve um risco maior de óbito em idosos do sexo masculino, com mais de 80 anos, que não trabalhavam fora de casa, com renda maior de dois salários mínimos, idosos polifarmácia, que tinham sido hospitalizados nos últimos seis meses, com baixo peso, baixo nível de atividade física e alto comportamento sedentário. O maior número de sintomas depressivos se associou diretamente com o óbito dos idosos e mediou as associações indiretas entre o maior número de medicamentos utilizados, o alto comportamento sedentário e a pior auto percepção de saúde com o óbito. A pesquisa fornece evidências de que a sintomatologia depressiva é uma variável preditora para a mortalidade e aponta indicadores que podem reforçar essa associação, o que pode auxiliar na determinação de grupos de risco que precisam de intervenções específicas e acompanhamento.