Estudo das relações entre resiliência dos cuidadores de crianças e adolescentes com diabetes Mellitus tipo 1 e controle metabólico
Ano de defesa: | 2021 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Triângulo Mineiro
Instituto de Ciências da Saúde - ICS::Curso de Graduação em Enfermagem Brasil UFTM Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Atenção à Saúde |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://bdtd.uftm.edu.br/handle/123456789/1186 |
Resumo: | INTRODUÇÃO: O diabetes mellitus 1 (DM1) é uma doença metabólica crônica, que cursa com hiperglicemia em consequência da deficiência absoluta ou relativa da insulina. Quando presente na criança ou adolescente diabético gera nos cuidadores angústia, medo, estresse e muitos desafios na busca do manejo adequado da doença. Portanto, os cuidadores através de adaptações positivas podem superar esses desafios pela Resiliência. OBJETIVOS: o presente trabalho tem o objetivo de estudar as relações da resiliência dos cuidadores com variáveis metabólicas das crianças e adolescentes com DM1 sob seus cuidados. MÉTODOS: estudo transversal, de abordagem quantitativa, realizado no ambulatório de diabetes do hospital das clinicas da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (HC-UFTM). Para a coleta de dados foram utilizados os seguintes instrumentos: Ficha de Identificação, Ficha de Exames Laboratoriais, Questionário de Classificação Econômica e Escala de Resiliência. A análise de dados foi realizada pelo software SPSS versão 21 foram utilizados teste “t” Student ou Mann Whitney para comparar 2 grupos independentes e ANOVA seguido de teste Tukey ou Kruskal-Wallis seguido do teste de Dunn, para 3 ou mais grupos. Associação entre as variáveis foi verificada através do coeficiente de Pearson ou de Spearman. O nível de significância adotado para todos os testes foi de 5% (p ≤ 0,05) ou entre 5 e 6% (borderline – 0,05 ≥ p ≤ 0,06). RESULTADOS: foram analisados 59 cuidadores quanto a Resiliência e o controle metabólico de 59 crianças e adolescentes com DM1. Em relação aos cuidadores, houve predomínio de mães com Resiliência Moderada a Alta (n= 47), com média de escore de Resiliência total de 140,6 ± 14,2. Quanto às crianças e adolescentes, 67,7% (n= 40) tinham idades entre 10 e 19 anos e 50,8% (n= 30) eram do sexo masculino. Das comparações do controle metabólico das crianças e adolescentes frente ao escore dos fatores de Resiliência, os resultados são: Fator 1: a glicemia pós prandial (264,9 mg/dL ± 65,5) do grupo de crianças e adolescentes, cujos cuidadores apresentaram F1 abaixo da média, foi significativamente maior do que a glicemia pós prandial (186,3 mg/dL ± 64,8) de crianças e adolescentes do grupo de cuidadores que tiveram F1 acima da média. (p= 0.036). Fator 3 - a glicemia de jejum (228,8 mg/dL ± 52,4) do grupo de crianças e adolescentes cujos cuidadores tiveram F3 - abaixo da média foi significativamente maior do que das crianças (178 mg/dL ± 49,4) do grupo de cuidadores na média (p= 0,026). Em relação às comparações dos fatores de Resiliência dos cuidadores com as variáveis das crianças e adolescentes por faixa etária, a média do Z escore de IMC daquelas com idade inferior a 10 anos (0,25 ± 0,45) referentes ao grupo de cuidadores com F2 abaixo da média é maior do que o Z escore de IMC das crianças e adolescentes (-0,4 ± 0,5) pertences ao grupo de cuidadores que tiveram F2 na média, embora tenham apresentado p= 0,060. Fator 2 - O percentil médio do IMC das crianças com idade inferior a 10 anos (58,9 ± 15,5) e referentes ao grupo de cuidadores com F2 abaixo da média, foi significativamente maior (37,8 ± 17,3) do que naquelas referentes ao grupo de cuidadores F2 na média (p= 0,051).A HbA1c de participantes com idade superior a 10 anos (7,8% ± 0,8) do grupo de cuidadores F2 abaixo da média foi maior que a HbA1c de crianças e adolescentes (8,9% ± 1,0) do grupo de cuidadores F2 acima da média (p= 0,051) embora tenha apresentado p= 0,055. Concentrações médias de TGL naqueles com idade inferior a 10 anos (47,0 mg/dL ± 11,4) e referentes ao grupo de cuidadores que tiveram F2 na média foram menores que TGL de crianças e adolescentes (65 mg/dL ± 12,9) do grupo de cuidadores F2 abaixo da média (p= 0,029). Fator 3 – a CA das crianças e adolescentes com idade superior a 10 anos (88,6cm ± 6,6) do grupo de cuidadores F3 abaixo da média foi maior que a CA de crianças e adolescentes (65cm ± 12,9) do grupo de cuidadores F3 acima da média (p= 0, 049). Fator 3 – a GJ das crianças e adolescentes com idade superior a 10 anos (178 mg/dL ± 54,2) do grupo de cuidadores F3 na média foi maior que a GJ de crianças e adolescentes (232,4 mg/dL ± 55,3) do grupo de cuidadores F3 acima da média (p= 0, 028), com p= 0,56, borderline. Fator 3 – a GPP das crianças e adolescentes com idade superior a 10 anos (291,3 mg/dL ± 81,4) do grupo de cuidadores F3 abaixo da média foi maior que a GPP de crianças e adolescentes (214,8 mg/dL ± 63,2) do grupo de cuidadores F3 na média (p= 0, 009). Com relação às correlações observou- se correlação inversa entre GPP com F1 e F2 (r= -0,260; p= 0,047) (r= - 0,277; p= 0,033); também verificou-se relação inversa entre TGL e F3 (r= -0,261; p= 0,046). CONCLUSÃO: ainda que não tenhamos encontrado influência quantitativa entre todos os fatores da Resiliência e controle metabólico, os referente à resolução de ações e valores (F1) e independência e determinação (F2) foram associados a melhor controle glicêmico, e o F3 (autoconfiança e capacidade de adaptações) influenciaram o perfil lipídico. Outras características básicas do comportamento resiliente podem não ser acessíveis a uma abordagem quantitativa, e podem também contribuir para que o manejo do diabetes de crianças e adolescentes aconteça de forma clara, com menor desgaste psicológico dos cuidadores. |