Estudo das relações entre resiliência, autocuidado e controle metabólico em pacientes com diabetes mellitus

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: ARAÚJO, Ana Cláudia Moura Caetano
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Triângulo Mineiro
Instituto de Ciências da Saúde - ICS::Curso de Graduação em Enfermagem
Brasil
UFTM
Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Atenção à Saúde
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://bdtd.uftm.edu.br/handle/tede/742
Resumo: INTRODUÇÃO: O diabetes mellitus é uma doença que impacta significativamente a vida do indivíduo. De forma a corroborar na adaptação positiva frente aos desafios internos e externos vivenciados com o diagnóstico da mesma, a resiliência contribui no processo de aceitação da doença. Além disso, pode colaborar para maior adesão às atividades de autocuidado com o diabetes, além de promover melhor controle metabólico e lipídico. OBJETIVOS: Avaliar o perfil e a relevância da resiliência em pacientes com diabetes mellitus tipo 1 (DM1) e diabetes mellitus tipo 2 (DM2), bem como sua utilização no comportamento de autocuidado e no controle metabólico. MÉTODOS: Estudo descritivo transversal, de abordagem quantitativa, realizado no ambulatório de Diabetes do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (HC/ UFTM). Para a coleta dos dados foram utilizados os instrumentos: ficha de identificação; ficha de exames laboratoriais; questionário de classificação socioeconômica; Escala de Resiliência (ER) e Questionário de Atividades de Autocuidado com o diabetes (QAD). A análise dos dados foi realizada pelo software SPSS, versão 21.0. Foram realizadas as análises descritivas e as variáveis categóricas foram analisadas pelo Teste t de Student para dois grupos independentes ou ANOVA para três ou mais grupos independentes. Para as correlações foi utilizado o Teste de Correlação de Pearson. O nível de significância adotado para todos os testes foi de 5% (p ≤ 0,05) ou entre 5 e 6% (borderline- 0,05 <p<0,06). RESULTADOS: Foram avaliados 181 pacientes, sendo 56 pacientes com DM1 e 125 pacientes com DM2. Para o grupo com DM1, houve predomínio do sexo feminino (73,2%; n=41), com idades entre 30 e 60 anos (68%; n = 38). Ao se avaliar a resiliência, o grupo com DM1 apresentou 129,3 ± 23,3 pontos. Da avaliação do autocuidado sete itens apresentaram médias desejáveis: Comer cinco ou mais porções de frutas e/ou vegetais (5,2 ± 2,2); Não comer doces (5,6 ± 1,9); Avaliar açúcar no sangue (5,2 ± 2,6); Examinar os pés (5,2 ± 2,7); Secar os espaços entre os dedos dos pés depois de lavar (5,5 ± 2,7); Tomar medicamentos do diabetesconforme recomendado (7,0 ± 0,0) e Tomar injeções de insulina conforme recomendado (7,0 ± 0,1). Ao se analisar as médias de controle glicêmico, a maioria dos pacientes apresentou controle inadequado, e em relação às médias do perfil lipídico, observou-se um padrão desejável. Para o grupo com DM2, observou-se predomínio do sexo feminino (69,6%; n = 87), sendo 63,2% com idade superior a 60 anos (n = 79). Ao se avaliar a resiliência, observou-se 134, 9 ± 23,4 pontos. Ao se avaliar o autocuidado, observou-se médias desejáveis em seis itens: Seguir orientação alimentar (5,1 ± 2,3); Comer 5 ou mais porções de frutas e/ou vegetais (5,0 ± 2,2); Não comer doces (6,1 ± 1,3); Secar os espaços entre os dedos dos pés depois de lavar (5,9 ± 2,4); Tomar os medicamentos do diabetes conforme recomendado (6,9 ± 0,4) e Tomar comprimidos para o diabetes conforme recomendado (6,6 ± 1,4). Ao se analisar as médias do controle glicêmico, observouse controle inadequado na maioria dos pacientes com DM2. Em relação às médias do perfil lipídico, observou-se padrões desejáveis. Das correlações, o grupo DM1, a resiliência associou-se positivamente aos itens alimentação específica e cuidados com os pés, e, no controle metabólico, houve associação positiva e inversa ao controle glicêmico de longo prazo. A dimensão do autocuidado monitorização da glicemia associou-se positiva e inversamente ao controle glicêmico de longo prazo e à variabilidade glicêmica; já no perfil lipídico, positivamente ao LDL-c e NHDL-c pela dimensão cuidados com os pés e com o HDL-c pela dimensão Atividade Física. Para o grupo com DM2, a resiliência não se associou ao autocuidado, porém, no controle metabólico e lipídico, houve associação positiva com o HDL-c. Às atividades de autocuidado mostram-se sensíveis ao controle metabólico e lipídico. CONCLUSÃO: Observou-se que o comportamento resiliente pode ser uma ferramenta de adaptação às limitações impostas pelo diabetes, de forma que a aceitação da doença propicia um melhor autocuidado, repercutindo de forma positiva no controle metabólico dos pacientes estudados.